Caminhos do Campo visitou um dos 10 laboratórios do país, que fica em Curitiba, com autorização para análise de controle de qualidade.
A qualidade do leite que chega ao consumidor depende de uma série de fatores e deve obedecer a regras previstas em lei para controlar o que é produzido nas propriedades dos criadores de todo o Brasil.
O Caminhos do Campo visitou um laboratório, em Curitiba, que é um dos 10 do país com permissão para fazer a análise de controle de qualidade. Por mês, são analisadas amostras de leite de 50 mil propriedades do Paraná e de Santa Catarina.
A amostra é recolhida do tanque de resfriador de cada propriedade. São feitos dois tipos de análises.
Na primeira, o equipamento separa os componentes do leite, como se fosse uma leitura do produto. É nesta etapa que vai determinar as porcentagens de gordura, proteína, lactose, entre outros.
O segundo processo é a análise do nível de bactérias no leite. Como todo produto possui uma quantidade de bactérias, se o resultado der zero, pode significar que o produto foi adulterado.
Mas, dependendo dos níveis, os resultados podem revelar detalhes importantes, como o manejo do produtor na propriedade, os cuidados tomados com os animais e, até mesmo, a higiene na hora da produção.
Altair Valloto, superintendente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, conta que os produtores precisam seguir normas do Ministério da Agricultura, além de estaduais e municipais para a qualidade do leite.
“Se o leite do produtor estiver fora do parâmetro durante três meses, a indústria é obrigada a quebrar o contrato, não pode mais comprar leite desse produtor até que ele se enquadre nas normas”, explica Valloto.
O laboratório de Curitiba faz o acompanhamento da produção de 110 mil animais, com avaliação individual das vacas leiteiras de algumas propriedades.
Segundo o gerente do programa de análise de rebanhos leiteiros, José Augusto Horst, todas as informações são repassadas para as indústrias, para os criadores, para o Ministério da Agricultura e também para a Agência de Defesa Agropecuária do estado.
“Ter um leite de qualidade significa que o produtor está realizando todos os processos de forma adequada, tecnicamente. A indústria vai estar sendo beneficiada e vai poder elaborar produtos de melhor qualidade. O grande beneficiado acaba sendo o consumidor”, conclui o gerente.
Amostras de leites são analisadas em laboratório — Foto: RPC Curitiba