O leite e seus derivados se tornaram os vilões da inflação alimentar, pois impulsionaram os preços de produtos comuns na mesa do consumidor, tais como queijo, manteiga e iogurte. A boa notícia é que o movimento de alta agora chegou ao fim. Para o analista da Embrapa José Luiz Bellini, uma das razões para a queda dos preços é a maior oferta do produto dentro do país.
“Com o início da colheita e com as chuvas, o aumento da oferta de leite está acontecendo. Houve também um aumento nas importações. E tivemos uma redução nos custos, tanto na produção quanto na logística”, explica ele.
O impacto da inflação sobre o preço do leite e dos produtos lácteos tem várias razões. A principal delas foi a queda na oferta de produtos, causada pela baixa estação que ocorre todos os anos, nos meses de outono e inverno. Entre março e agosto, há menos pastagem para o rebanho, o que faz a produção de leite cair. Mas este ano, a produção diminuiu além do normal. A guerra na Ucrânia, os altos preços dos combustíveis e a desorganização das cadeias produtivas em todo o mundo contribuíram para este aumento.
“Com esta questão da redução da oferta e das importações no primeiro semestre do ano, tivemos uma baixa disponibilidade que também ajudou a aumentar os preços dos produtos lácteos, assim como da própria matéria prima”, explica Bellini.
Os preços começaram a mostrar estabilidade na primeira quinzena de setembro. Em outubro, com a maior produção nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a queda nos preços deve ser sentida nas prateleiras dos supermercados.