O gerente da Estação Experimental também citou outros benefícios relacionados a aplicação do sistema. “Uma vez que a preferência pela alimentação à base de basto, com a suplementação controlada e racional dos alimentos concentrados, reduz o uso dos alimentos à base de milho e soja, que nos últimos 3 anos tiveram seus preços pelo menos duplicados, enquanto o custo da pastagem com manejo adequado e com a adubação correta, teve aumento, porém muito menor em relação ao custo e preços dos grãos.
Sendo assim, o sistema à base de pasto com pastagens perenes, dentro do que é recomendado pela Epagri possibilita que os agricultores enfrentem melhor estes momentos de dificuldades uma vez que o próprio sistema possui capacidade de rápido reestabelecimento, já que não demandam de plantio todo o ano e possibilitam o agricultor utilizar a sua área com qualidade e por todo o ano, sem interrupções, além de utilizar o fornecimento de silagem e ração de forma racional e dentro de par metros técnicos bem definidos, garantindo assim uma alta produção por hectare e com maior lucratividade às famílias”, destaca.
Qual a diferença do sistema de produção de pastagens perenes em relação aos demais sistemas? “Os demais produtores precisam plantar todos os anos, preparar as áreas e esperar boas condições de tempo. Se faltar chuva, o gado volta a ter problema de alimentação, daí o produtor precisa comprar outro tipo de alimentação, o que aumenta os custos de produção. O pasto de verão é perene, não precisamos plantar todo ano.
O pasto perene sofre com a estiagem? Sim, por isso usa-se a silagem para complementar, mas assim que chove, como o pasto já está plantado, e ele se estabelece normalmente e o gado volta ao pasto. Por exemplo, nesta estiagem tivemos problemas de produção no pasto perene, pasto anual, milho e na soja, e nós usamos silagem apenas por alguns dias.
A partir do dia 15 de janeiro nós paramos com o uso de silagem porque mesmo com a pouca chuva que caiu neste período o pasto se recuperou. Esta é a grande diferença. Este é um sistema ambientalmente correto que traz retorno econômico. Como instituição nós o recomendamos por ser um sistema que cabe na maior parte das propriedades”, apontou.
A alimentação animal é vital para a qualidade do leite e da carne bovina, além de influencer na qualidade de vida do animal. Nesse caso, o uso de pasto perene é o mais recomendado ao animal? Menos custos significa menos qualidade? Maykol afirma que a alimentação a base de pasto é a mais recomendada. “Utilizamos a alimentação mais barata e de qualidade. O animal foi criado para comer pasto, ele evoluiu comendo pasto. Eu consigo ter um custo de produção reduzido e ter eficiência na produção. Aumentamos a produtividade, e fornecemos mais leite de forma crescente”, garante.