A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) lidera, junto a diferentes instituições de pesquisa e de ensino do Estado, o projeto de formatação da Rede Mineira de Queijos Artesanais. A proposta é racionalizar recursos e estrutura laboratorial para desenvolver soluções tecnológicas para a cadeia produtiva de queijos artesanais e deste modo atender produtores, associações, extensionistas e fiscais sanitários em demandas de agregação de valor e de garantia da segurança do alimento, e demais necessidades.
O modelo da rede de pesquisa é baseado na Rede de Morangos do Brasil, formalizada recentemente, com a participação de 11 instituições de pesquisa de quatro estados. “A secretária Ana Valentini vislumbrou a possibilidade de uma rede semelhante, que poderia ser estruturada pela EPAMIG que tem larga experiência em pesquisas com queijos artesanais”, afirma o pesquisador da EPAMIG Daniel Arantes, coordenador do processo de estruturação da rede.
O pesquisador enfatiza que nesta etapa as instituições têm apresentado as estruturas, linhas de pesquisas e ações voltadas para a cadeia de queijos artesanais e destaca que a formalização da Rede é importante para garantir recursos para a integração e a realização de pesquisas por meio de editais de fomento e parcerias. Participam dessa fase, além da EPAMIG, a Embrapa Gado de Leite, as universidades federais de Minas Gerais (UFMG), Lavras (Ufla), Viçosa (UFV), São João del-Rei (UFSJ), Juiz de Fora (UFJF), Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Uberlândia (UFU); os institutos federais, IF Sudeste Rio Pomba e IFMG Bambuí; a Unimontes e a PUC-Minas.
“Paralelamente, estamos em contato com a Emater-MG e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que é o órgão responsável pela regulamentação dos queijos artesanais no Estado, para realização de prospecção de demandas e para potencializar a difusão das tecnologias já geradas. Também estão sendo estruturadas comissões para organização de eventos técnico-científicos e de planos de capacitação para pesquisadores”, adianta Daniel Arantes.
Os planos de trabalho serão definidos de forma participativa pelos membros da Rede e pelos integrantes da cadeia produtiva. “Os objetivos serão construídos em mediação com os produtores, associações, extensionistas da Emater-MG e fiscais do IMA. Os produtores serão os norteadores dessa estruturação. Nós estamos em processo de articulação com as associações para a proposição de uma reunião para o levantamento e priorização de demandas de pesquisa”, informa.
A presença em praticamente todas as tradicionais regiões produtoras vai possibilitar o desenvolvimento de planos de ações regionalizados. “A ideia é que a Rede possa atuar em todo o Estado, pois existe uma demanda crescente pelo reconhecimento e regulamentação da produção de queijos artesanais. Esse é um processo que se dará de forma regional, uma vez que enxergamos que em nível de produção, de organização dos produtores e de respostas de pesquisa, as regiões produtoras estão em diferentes estágios. Acredito que trabalhando assim, conseguiremos atender de forma mais direta as demandas mais imediatas”, conclui o pesquisador.