Falta de chuva no campo deve afetar preço do leite, segundo Faesc. Chapecó tem ampliação no rodízio de água e 21 bairros podem ficar sem água da Casan por 24 horas.
Com rodízio no abastecimento, bairros de Chapecó terão distribuição interrompida por 24 hs
A falta de chuva no estado tem causado prejuízos na produção rural do Oeste catarinense e prejudicado o abastecimento na região. Em Chapecó, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) anunciou a ampliação no rodízio de distribuição de água, com bairros que podem ficar sem água por 24 horas a partir desta quarta-feira (11).
Ao menos sete rios estão em situação de emergência em Santa Catarina e 23 cidades com alerta para estiagem. Segundo a Defesa Civil, são 40 cidades decretaram situação de emergência, 24 delas ainda no primeiro semestre, e tem cidade que está aplicando multa para quem desperdiçar água.
Os impactos são muitos também na agropecuária no campo, segundo o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina desta quarta. Segundo a Epagri, a agricultura também já tem impactos.
“Estamos em uma defasagem de quase 900 milímetros da chuva prevista este ano, e praticamente não existe mais água nas propriedades rurais. Isso afeta diretamente os criatórios de aves, de suínos, de gado de leite, na questão de água para alimentar e para dar a esses animais”, disse.
Impactos na estiagem: Faesc fala como a seca está atingindo produtores rurais em SC
Segundo ele, mais de 100 aviários estão parados por falta de água e outros estão pagando carro pipa “a R$ 200 a viagem para poder abastecer esses criatórios”.
Estiagem pode afetar no preço do leite
Para ele, o setor mais prejudicado é leiteiro que em 2019 já havia enfrentado problemas e neste ano permanece com prejuízos.
O vice-presidente da Faesc também alertou sobre os impactos que esses prejuízos causam ao consumidor final. De acordo com Barbieri, os custos de produção e a falta de produção, que acarreta em maiores custos, terão de ser repassados.
“A inflação dos alimentos está a 10% este ano. A classe menos favorecida já sentiu pesadamente este custo, isso com exportação maciça de alimentos. A hora que faltar esses alimentos, eu não tenho nenhuma dúvida que o grande pagador da conta é sempre o consumidor. Apesar de já estar com problemas e reclamando, com razão, ainda tem coisa para acontecer com o consumidor”, disse.
Alesc deve disponibilizar recursos
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) deve anunciar um aporte de R$ 15 milhões de recursos para combater a estiagem.
Alesc deve anunciar aporte de R$ 15 milhões por causa da estiagem; Ânderson Silva comenta
O objetivo é a implementação de programas específicos, como projeto de captação, armazenagem e distribuição de água para os produtores em situação de vulnerabilidade social e médio porte. Também é previsto repasse de recursos para os municípios mais afetados.
Problemas de abastecimento nos bairros
A falta de chuva tem prejudicado também o abastecimento de água em bairros de Chapecó. O rodízio de abastecimento será ampliado e 21 bairros terão distribuição interrompida por 24 horas, de acordo com a Casan.
Chapecó tem 21 bairros que terão abastecimento interrompido por 24 horas
Nesses locais, o abastecimento será fechado do meio-dia desta quarta até o meio-dia de quinta-feira (12), quando o sistema reabre até o meio-dia de sexta-feira (13) e assim por diante.
Com o novo método, a expectativa da Casan é que a água consiga ter uma força maior para abastecer os locais mais altos da cidade .
O sistema de rodízio começou há mais de uma semana e até então era feito com interrupção de 12 horas seguida de 12 horas de abastecimento.
Novas bombas no Rio Tigre irá ajudar amenizar problemas no abastecimento
No entanto, segundo a Casan, o consumo não diminuiu neste período e o esquema não foi eficiente para levar água até os pontos mais altos de determinadas regiões e por isso foi preciso alterar a forma de distribuição.
Na barragem do Rio Tigre, localizada em Guatambu, estão sendo montadas duas novas bombas com o objetivo de aumentar a captação e amenizar a situação do Lageado São José.
De acordo com a Casan, elas devem ser colocadas em funcionamento ainda nesta semana. Na tarde de terça-feira (11), técnicos da companhia informaram à reportagem da NSC TV que aguardavam a chegada de um gerador para a conclusão do trabalho.
A expectativa é de que haja um aumento entre 70 e 100 litros por segundo na capacidade de captação, que seria responsável pelo abastecimento de aproximadamente 20% da cidade de Chapecó, segundo a Casan.
Estiagem afeta também a Grande Florianópolis
Além do Oeste catarinense, a região da Grande Florianópolis também é afetada quando há falta de chuva. Segundo noticiado pela NSC TV, a Casan vai fazer uma obra para captar água no Rio Biguaçu, localizado no município de Biguaçu, para a capital.
Casan deve buscar água em Biguaçu para abastecimento de Florianópolis
Atualmente, a necessidade de abastecimento de Florianópolis é de um sistema com vazão de 3 mil litros por segundo. Em Biguaçu, seria possível conseguir 900 litros por segundo. A previsão é que a obra seja iniciada no segundo semestre de 2021 com prazo de três anos de conclusão.