A exportação de leite é o caminho adequado para termos um mercado mais amplo e evitar tanta oscilação nos preços pagos aos produtores, que ficam desmotivados para produzir”.

A exportação de leite é o caminho adequado para termos um mercado mais amplo e evitar tanta oscilação nos preços pagos aos produtores, que ficam desmotivados para produzir”. A afirmação é do diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Alberto Figueiredo.

Em declaração ao portal Animal Business Brasil, Figueiredo disse que o País tem plena capacidade de suprir o mercado internacional em curto prazo. No entanto, acrescentou, “a exportação de leite e produtos lácteos brasileiros está atrasada”.

“Se melhorarmos as pastagens e a genética, e atuarmos no manejo e alimentação do gado, poderemos aumentar de forma significativa nossa produção. Basta que para isso nós tenhamos estímulo”, destacou Figueiredo.

Mercado chinês

Nesse cenário, o diretor da SNA ressaltou que as indústrias de lácteos credenciadas para ingressar no mercado chinês, por exemplo, devem estabelecer, da melhor forma possível, sua relação com os fornecedores, ou seja, os produtores de leite do País.

“As indústrias precisam ter um contrato de longo prazo de forma confiável com seus fornecedores, para não gerar insegurança e garantir o fluxo de produção adequado para esse processo de exportação”, salientou Figueiredo, que vê como “ótima notícia” a abertura do mercado da China para os produtos brasileiros. “Isso poderá mudar o panorama da cadeia produtiva do leite”.

Racionalização e qualidade

Figueiredo esclareceu ainda que o País, para garantir competitividade no setor, precisa racionalizar os processos de comercialização, transporte e industrialização e melhorar o padrão de qualidade, “principalmente ao nível das fazendas”. Nesse sentido, disse o diretor da SNA, “os laticínios credenciados a exportar certamente vão estimular a melhoria da qualidade dos produtores”.

Equilíbrio

A produção de leite no País registrou um aumento significativo nos últimos 15 anos. “Estamos produzindo cerca de 34 bilhões de litros ao ano. Isso equilibra a produção com o nosso consumo”, afirmou Figueiredo.

No entanto, ele chama a atenção para o fato de que o setor atravessa “uma fase muito perigosa, porque há momentos em que se produz um pouco mais que o consumo e em outras vezes se produz um pouco menos”.

Neste último caso, explica o diretor da SNA, “a indústria supre dessa diferença importando produtos lácteos de outros países, e eventualmente países que subsidiam o preço do leite. Daí, os preços aos produtores despencam e eles ficam desmotivados”.

Apesar dos contratempos, Figueiredo garante que exportação “vai acontecer, é viável, necessária e adequada à pecuária leiteira”.

 

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