Em comunicado publicado nesta terça-feira, as empresas, que vão desde fornecedores a fabricantes e varejistas, disseram que o desmatamento permanece em “taxas alarmantes”. O grupo também ressaltou que ele afeta não apenas o clima, como também a perda de biodiversidade e o maior risco de pandemias.
Embora o Brasil não tenha sido citado no comunicado, o país está sendo pressionado no mercado internacional devido à política ambiental do governo Jair Bolsonaro.
No início do mês, grandes redes de supermercados, lojas de departamentos e produtores de alimentos europeus ameaçaram boicotar produtos e commodities agrícolas do Brasil, caso o Congresso aprovasse um projeto de lei que, segundo afirmam, levaria a um desmatamento ainda maior da Floresta Amazônica.
“Por isso, acabar com o desmatamento de uma vez por todas deve ser uma prioridade urgente para nossos negócios e para o mundo”, diz o comunicado.
Também assinam a nota a Tesco, Barry Callebaut – fabricante de chocolates -, Jeronimo Martins, Kering, L’ Occitane, Metro, Reckitt e Sainsbury’s.
As empresas também fizeram um apelo à União Europeia, solicitando uma “ação ambiciosa” para aumentar a transparência e a rastreabilidade da cadeia de fornecimento de commodities, que podem estar relacionadas ao desmatamento.
Pedido de monitoramento
O grupo pede que a Comissão Europeia explore o uso de tecnologias “inovadoras”, como o monitoramento por satélite, para auxiliar o processo.
“As informações relacionadas com a origem dos produtos, ao entrar no mercado interno da União, devem ser disponibilizadas através de técnicas de aproveitamento, como as coordenadas GPS para essas mercadorias”, escreveram os signatários.
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As companhias também pediram à comissão e aos estados-membros que seja reforçada a cooperação com países produtores das commodities por meio de assistência técnica, intercâmbio de informações e incentivo a boas práticas na preservação, conservação e uso sustentável das florestas.