Em comunicado publicado nesta terça-feira, as empresas, que vão desde fornecedores a fabricantes e varejistas, disseram que o desmatamento permanece em “taxas alarmantes”. O grupo também ressaltou que ele afeta não apenas o clima, como também a perda de biodiversidade e o maior risco de pandemias.
Embora o Brasil não tenha sido citado no comunicado, o país está sendo pressionado no mercado internacional devido à política ambiental do governo Jair Bolsonaro.
No início do mês, grandes redes de supermercados, lojas de departamentos e produtores de alimentos europeus ameaçaram boicotar produtos e commodities agrícolas do Brasil, caso o Congresso aprovasse um projeto de lei que, segundo afirmam, levaria a um desmatamento ainda maior da Floresta Amazônica.
Na carta divulgada hoje, as 11 empresas dizem que “reconhecemos que nossos negócios têm uma responsabilidade nessa luta porque nossas cadeias de suprimentos são globais e incluem commodities que podem contribuir para o desmatamento”.
“Por isso, acabar com o desmatamento de uma vez por todas deve ser uma prioridade urgente para nossos negócios e para o mundo”, diz o comunicado.
Também assinam a nota a Tesco, Barry Callebaut – fabricante de chocolates -, Jeronimo Martins, Kering, L’ Occitane, Metro, Reckitt e Sainsbury’s.
As empresas também fizeram um apelo à União Europeia, solicitando uma “ação ambiciosa” para aumentar a transparência e a rastreabilidade da cadeia de fornecimento de commodities, que podem estar relacionadas ao desmatamento.
Pedido de monitoramento
O grupo pede que a Comissão Europeia explore o uso de tecnologias “inovadoras”, como o monitoramento por satélite, para auxiliar o processo.
“As informações relacionadas com a origem dos produtos, ao entrar no mercado interno da União, devem ser disponibilizadas através de técnicas de aproveitamento, como as coordenadas GPS para essas mercadorias”, escreveram os signatários.
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As companhias também pediram à comissão e aos estados-membros que seja reforçada a cooperação com países produtores das commodities por meio de assistência técnica, intercâmbio de informações e incentivo a boas práticas na preservação, conservação e uso sustentável das florestas.