Gráfico 1. Captação formal: Variação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.
Como ressaltado na divulgação dos dados prévios, e comprovado a partir dos dados oficiais, apesar do aumento em relação a 2019, é possível observar uma desaceleração no crescimento dos volumes de captação ao longo do trimestre. Em março de 2020, volume captado é 0,2% menor que no mesmo mês de 2019. Os primeiros meses deste ano foram marcados por aumento nos custos de produção e instabilidades climáticas, que acarretaram na redução do volume de chuvas em regiões produtoras, limitando o crescimento da produção de leite.
O aumento dos custos de produção, causado pela alta nos preços dos grãos, base da alimentação animal, influenciou diretamente na redução da rentabilidade dos produtores ao longo do primeiro trimestre de 2020. O indicador Receita Menos Custo de Ração, calculado pelo MilkPoint Mercado, foi 11% menor no 1°T/2020, em relação ao 1°T/2019, como mostra o gráfico 2. Este resultado ruim para os produtores impacta na redução da produção e captação do leite pelas indústrias.
Fonte: elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados do DERAL/SEAB/PR e do Cepea.
Avaliando a variação da captação entre as regiões do Brasil, o Centro-Oeste foi a única a apresentar redução no volume captado no primeiro trimestre de 2020, em relação a 2019, com 20,6 mil litros a menos, -2,4%. A região Sudeste foi a maior captadora de leite no período, 2,52 milhões de litros, e aumento de 2,8% frente a 2019; seguida pela região Sul, com 2,27 milhões de litros, e aumento de 1,6%. A região Nordeste captou 405 mil litros, aumento de 4,5% e a região Norte, 276 mil litros, aumento de 1,6%.