Os preços mundiais dos alimentos subiram pelo quinto mês consecutivo em outubro, recuperando-se totalmente do choque causado pela pandemia global do coronavírus e com ganhos observados na maioria dos setores, disse a agência de alimentos das Nações Unidas nesta quinta-feira.
O índice de preços de alimentos da Organização para a Alimentação e Agricultura, que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carnes e açúcar, teve média de 100,9 pontos no mês passado, a maior desde janeiro, contra 97,8 no dado revisado de setembro.
O número de setembro era anteriormente de 97,9.
A FAO, com sede em Roma, também disse em um comunicado que seguem esperando que as colheitas mundiais de cereais tenham um recorde anual em 2020, embora tenha reduzido ligeiramente suas previsões anteriores.
O índice de preços dos cereais da agência subiu 7,2% em outubro em relação ao mês anterior, para cerca de 16,5% acima do valor do ano anterior.
Os preços de exportação do trigo foram empurrados para cima em meio à redução da oferta, enquanto o milho atingiu máxima de seis anos, impulsionado pela forte demanda da China.
Os preços da cevada e sorgo também aumentaram, enquanto o arroz, por outro lado, atingiu as mínimas de 7 meses.
Os preços médios do açúcar aumentaram 7,6% em relação a setembro e 9,3% na comparação anual, impulsionados principalmente pela perspectiva de queda na produção de açúcar no Brasil e na Índia, os dois maiores produtores, devido a chuvas abaixo da média.
O índice de laticínios subiu 2,2% no mês, com todos os segmentos do setor registrando ganhos, com destaque para os queijos.
O índice de preços do óleo vegetal subiu 1,8% em base mensal, em grande parte graças às cotações mais firmes do óleo de palma e de soja.
O índice de carnes contrariou a tendência de alta observada em outros setores, registrando queda de 0,5% no comparativo mensal, a nona queda mensal desde janeiro, e uma queda de 10,7% no comparativo anual.
As cotações da carne suína caíram novamente depois de a China ter proibido importações da Alemanha devido à detecção de peste suína africana.
A FAO revisou para baixo sua previsão para a safra de cereais de 2020 pelo segundo mês consecutivo, com redução de quase 13 milhões de toneladas.
Apesar disso, a agência ainda espera uma safra recorde neste ano de 2,75 bilhões de toneladas, alta de 1,6% em relação aos níveis de 2019.
A previsão para o consumo mundial de cereais em 2020/21 é de 2,745 bilhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação ao nível de 2019/20.
A previsão para os estoques mundiais de cereais no final da temporada 2021 era de 876 milhões de toneladas, queda de 13,6 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior publicada no mês passado.