O índice de preços do leite ao produtor vem caindo sistematicamente desde maio de 2018, e perdeu 18% da recuperação ocorrida no primeiro semestre do ano passado, e ainda ficou 3% abaixo do valor de dezembro de 2017. É o menor valor desde agosto de 2016.
Na outra ponta cresce o Índice IFCN dos custos, 2% em relação ao mês anterior, e 4% em relação ao mesmo mês de 2017. A média do ano de 22,85 é maior do que as médias dos dois anos anteriores, 21,26 e 21,60, em 2017 e 2016, respectivamente. E é a maior apuração ocorrida desde outubro de 2015. A ligeira queda nos preços e aumento nos custos, em 2018, combinadas, geraram perdas de 7% na rentabilidade do produtor entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018. Se for comparada com a rentabilidade auferida em dezembro de 2016, o produtor acumula perdas de 17%, e vai se distanciando dos ganhos confortáveis realizados na década passada, e tornando a atividade cada vez menos atrativa.
– O Índice IFCN dos preços do leite, é uma combinação dos preços médios de uma cesta de commodities lácteas negociadas no mercado mundial.
Representa o quanto uma indústria poderia, teoricamente, remunerar seus produtores, se os produtos lácteos fossem vendidos com as cotações vigentes no período.
O indicador IFCN é elaborado da seguinte forma: 1 – Leite em pó desnatado & Manteiga (35%); 2 – Queijos e Soros de leite (45%); e 3 – Leite em pó integral (20%).
– O Índice IFCN dos custos da alimentação representa o nível dos preços no mercado mundial de insumos para ração, farelo de soja e milho.
A relação entre o preço do leite e a cotação da ração, indica a rentabilidade. De uma forma simplificada, mostra quantos quilos de ração o produtor pode comprar com a venda de um quilo de leite. A relação leite/ração maior que 1,5 é considerada favorável. Se o aumento da produção se dá via utilização de concentrados, e a razão continua subindo, o sistema é recomendável.
Por outro lado, se a razão for caindo em direção a 1, ou menos, o concentrado pode significar aumento do prejuízo.