Apesar da entressafra, que tende a reduzir a produção de leite devido à estiagem que assola Mato Grosso do Sul no período de inverno, a indústria laticínia do Estado está segurando o preço do leite de saquinho, popularmente conhecido como “barriga mole”, e os derivados do produto não apresentaram reajuste nos últimos meses. A informação é do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), que realizou um levantamento junto às principais indústrias do segmento no Estado.
Segundo a presidente do Silems, Milene Nantes, o preço do litro do leite de saquinho tem girado em torno de R$ 2,90 a R$ 3,00 nos supermercados e padarias de Campo Grande desde maio deste ano, quando houve a última alteração. “Nós esperávamos ter um reajuste a partir de junho, quando começasse o período da entressafra, mas a queda no consumo não permitiu e o mercado do leite segue estagnado, tanto em termos de produção, quanto de consumo”, afirmou.
A empresária explica que essa realidade não é uma exclusividade de Mato Grosso do Sul e que outros Estados apresentam as mesmas dificuldades. “É uma situação preocupante, muito por causa da crise econômica que vivemos e do grande número de desempregados. Tenho falado com empresários e presidentes de sindicatos de outros Estados e a preocupação é a mesma”, acrescentou.
Ainda conforme Milene Nantes, a cadeia do leite é bastante frágil e precisa de uma atenção especial para a retomada. “Vivemos um período complicado, porque os produtores rurais têm deixado a atividade e cada vez a produção cai mais em Mato Grosso do Sul, tanto que costumo dizer que produtor de leite é um profissional em extinção por aqui e precisamos de uma atenção especial das autoridades, do governo, porque estamos muito preocupados”, finalizou.