A Lely, de origem holandesa, construirá em Carambeí (PR) sua sede na América Latina
"Edison Acherman, gerente-geral da Lely: crescimento tem sido constante "
A Lely, empresa holandesa de automação para o setor leiteiro, está investindo R$ 10 milhões na construção de sua sede na América Latina, em Carambeí (PR). O espaço, que deve ser inaugurado em janeiro de 2025, contará com sede administrativa e o primeiro centro de treinamento da empresa na região.

A marca, que chegou discretamente há 11 anos no Brasil, está de olho na expansão no país e na América Latina, onde atua também na Argentina, Chile e Uruguai. “Estamos crescendo em todos os países dessa região. As vendas dobraram de 2022 para 2023. Os investimentos refletem o reconhecimento do imenso potencial que vemos aqui para a adoção de nossos produtos”, afirma Edison Acherman, gerente-geral América Latina da Lely, em entrevista à reportagem.

A empresa, que fabrica na Holanda equipamentos para ordenha automática, como robôs profissionais e braço híbrido, sistemas de dados para gestão digital das fazendas e manejo dos animais, viu o faturamento quase dobrar no Brasil, de 2022 para 2023, passando de cerca de R$ 58 milhões para R$ 100 milhões. “O crescimento tem sido constante a cada ano. Se compararmos com o que se vendeu em 2019, aumentamos as vendas quatro vezes”, diz Acherman.

Ele admite que o cenário de instabilidade do setor da pecuária de leite no Brasil preocupa, mas isso não afeta os planos de expansão. “A ideia é continuar com forte crescimento, mesmo frente ao cenário de incertezas que o produtor vem enfrentando nos últimos tempos, com juros altos e a competição com as importações [de lácteos]”, afirma.

O gerente-geral observa que as vendas da Lely estão crescendo a despeito do ambiente instável, e avalia que o grande desafio é encontrar juros mais acessíveis nas linhas de crédito rural para que o produtor possa ter condições de realizar investimentos.

Potencial para as vendas continuarem em expansão existe. Uma pesquisa realizada pela empresa mostrou que, no Brasil, apenas em torno de 0,5% dos produtores de leite adota a ordenha robótica, o carro-chefe da Lely. “O potencial de crescimento é enorme, tendo em vista as vantagens que o produtor ganha ao investir nessa tecnologia”, avalia.

Entre os benefícios, segundo ele, estão ganho de produtividade, redução do custo de produção, bem-estar animal e sustentabilidade para a propriedade.

O centro de treinamento em construção em Carambeí deve receber técnicos de serviços dos chamados Lely Centers, instalados no Brasil e nos demais países da América Latina.

Atualmente, a empresa conta com três endereços no município, destinados à orientação, manutenção e vendas. No novo espaço, além da centralização das unidades locais, a ideia é sediar também o atendimento para a região. “Aqui será o quartel-general para a América Latina”, resume Acherman.

De acordo com o executivo, a escolha por Carambeí para sediar a matriz brasileira deve-se à história do município, que foi colonizado por holandeses, assim como pelo fato de a cidade abrigar uma das principais bacias leiteiras do país.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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