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10 nov 2025
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A influência do agro brasileiro ganha peso na COP30, com estratégias voltadas a moldar políticas climáticas globais 🌍
Influência do agro no clima como o agronegócio molda a COP30

A influência do agronegócio brasileiro desponta como um dos temas centrais da COP30, marcada para acontecer em Belém (PA) — Brasil, e reúne atores que buscam integrar produção de alimentos, desenvolvimento sustentável e políticas públicas globais. Segundo reportagem da Revista Fórum, o setor agropecuário do Brasil aparece como protagonista ao sugerir orientações para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e outras agendas climáticas.

Fontes ligadas ao setor indicam que cooperativas, grandes empresas do agronegócio e organismos federais articulam em fóruns paralelos à COP30 para posicionar temas como agricultura tropical sustentável, florestas e financiamento climático. Segundo documento do governo brasileiro, o setor agropecuário “será parte essencial da solução climática global”.

Contexto estratégico

Para o Brasil, sediar a COP30 representa não só uma oportunidade diplomática, mas também econômica e de imagem internacional. O agronegócio brasileiro, ao ocupar esse espaço, busca articular dois vetores: reforçar sua voz na governança climática global e alinhar produção de alimentos com exigências de sustentabilidade. A reportagem destaca que essa influência se dá tanto por meio de debates técnicos quanto de lobby — inclusive com campanhas para moldar a opinião pública.

Dentro desse contexto, emerge o conceito de “agricultura tropical sustentável”, defendido por representantes do setor como norte estratégico para posicionar o Brasil como referência global.

Implicações para o setor leiteiro

Para a cadeia láctea — relevante em regiões como o Brasil central e sul —, a projeção de influência do agronegócio significa que temas regulatórios, créditos de carbono, investimentos em inovação e uso de terras podem ganhar novo contorno. A valorização de práticas de produção sustentável e de uso da terra está intrinsecamente ligada à forma como os grandes setores agroalimentares se posicionam no âmbito climático.

Se o agronegócio lidera o diálogo na COP30, as empresas de laticínios e fornecedores de insumos devem ficar atentas a movimentos que vão da restauração de pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta até financiamento climático, rastreabilidade e exigências de certificação para acesso a mercados internacionais.

Desafios e tensões

Apesar da postura proativa, há tensões evidentes: movimentos ambientais apontam para risco de greenwashing e instrumentalização da narrativa climática pelo agronegócio brasileiro. Um relatório cita que “empresas de alimentos e do agronegócio vão se apresentar como solução para a crise climática na cúpula no Brasil — embora os alimentos sejam responsáveis por um terço do aquecimento global”.

Além disso, a influência reivindicada exige tradução em ações concretas: redução de desmatamento, restauração de terras degradadas, mudanças nos modelos de uso do solo, transparência e financiamento robusto. A reportagem indica que, apesar dos discursos, o avanço real no setor foi limitado.

O que está em jogo

  • Definir as NDCs: o agronegócio brasileiro busca participação na formulação das metas nacionais de clima, influenciando o posicionamento do país.

  • Financiamento climático: os recursos destinados à agricultura sustentável e à restauração de terras são parte da agenda da COP30, onde o Brasil busca protagonismo.

  • Uso da terra e emissões: a produção de alimentos, especialmente em grandes escalas, está dentro da agenda de mitigação, e o setor agro assume que sua influência passará por práticas sustentáveis mais visíveis.

  • Imagem internacional e relações comerciais: associar o agro à sustentabilidade pode abrir mercados e investimentos, mas também exige contrapartidas tangíveis.

Conclusão

Em síntese, a influência do agronegócio brasileiro na COP30 mostra que o setor alimentício vai além da produção e entra em diálogo direto com políticas climáticas globais. É importante observar que esse protagonismo implica efeitos práticos: desde exigências de rastreabilidade, sustentabilidade, financiamento até nova dinâmica de investimentos e competitividade internacional. O setor deve estar preparado para essa realidade em transformação.

Escrito para o eDairyNews, com informações de Revista Fórum.

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