O investimento anunciado pela empresa mineira Laticínios Sabor da Serra marca um passo significativo para o setor lácteo no Brasil. A companhia vai aplicar R$ 10 milhões em 2025 em modernização de equipamentos, automação da linha produtiva e expansão fabril — em meio a um cenário desafiador para o agronegócio e a indústria de alimentos.
Fundada em 1993 e sediada em Minas Gerais, a Sabor da Serra já é reconhecida regionalmente e atua também nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Em 2024, a empresa registrou crescimento de 53% no seu faturamento. Para 2025, projeta alta superior a 45%, apoiada no investimento em sua fábrica e no ganho de escala da produção.
Atualmente, a capacidade produtiva da empresa chega a 370 toneladas por mês; com o investimento, a meta é atingir 500 toneladas mensais até 2026. Paralelamente, o quadro de colaboradores dobrou — de cerca de 100 em 2024 para mais de 200 em 2025 — reforçando o impacto regional em emprego e economia local.
A aposta no investimento ocorre em um momento em que o setor lácteo brasileiro exige modernização urgente. Segundo especialistas, a incorporação de tecnologias de automação e eficiência técnica deixou de ser apenas uma vantagem competitiva e tornou-se elemento essencial para a longevidade das empresas até 2030. Além disso, o ambiente macroeconômico traz desafios: taxa Selic elevada, crédito mais caro, e um consumo interno que se mostra mais contido — fatores que pressionam preços, margens e investimentos no segmento.
Relevância para o setor lácteo
Esse movimento de investimento é especialmente relevante para o setor de laticínios por várias razões:
-
Demonstra que empresas de porte médio em regiões produtoras como Minas Gerais estão dispostas a escalar e evoluir tecnicamente.
-
A meta de atingir 500 toneladas mensais coloca a empresa em outro patamar de produção, o que pode dar acesso a mercados maiores ou segmentos com valor agregado.
-
O efeito multiplicador do investimento sobre emprego, fornecedores, logística e economia regional reforça o papel estratégico que os laticínios desempenham no agronegócio brasileiro.
Desafios e oportunidades
Naturalmente, esse tipo de investimento também vem acompanhado de desafios. A empresa precisa garantir que:
-
A modernização e automação realmente gerem ganhos de produtividade que justifiquem o custo.
-
A expansão fabril mantenha os níveis de qualidade exigidos, sobretudo em mercados cada vez mais sensíveis a rastreabilidade, segurança alimentar e sustentabilidade.
-
O aumento da demanda — projetado em +45% — se efetive no cenário real de consumo, afetado por custos mais altos e um público que começa a reduzir compras de produtos “premium”.
Por outro lado, há claras oportunidades: escalar produção, reduzir custos por unidade, melhorar presença de marca em outros estados, e se posicionar como fornecedor de confiança em um mercado que valoriza qualidade e tradição — algo inerente à vocação mineira.
Conclusão
O investimento de R$ 10 milhões da Sabor da Serra sinaliza que o setor de laticínios de Minas Gerais está em busca não só de crescimento, mas de transformação tecnológica e de processo. Com metas ambiciosas de +45% de crescimento para 2025, a empresa aponta para uma nova fase, mais eficiente, mais escalável e mais preparada para os desafios do futuro. Para quem atua no setor de lácteos, especialmente no Brasil, esse é um movimento a acompanhar de perto — tanto em termos de benchmarking quanto de parcerias estratégicas.
Escrito para o eDairyNews, com informações de Rede Globo.






