Indústria brasileira do setor vislumbra a oportunidade de aumentar as exportações e desenvolve iniciativas que visam melhorar os níveis de produtividade e qualidade
Indústria brasileira do setor vislumbra a oportunidade de aumentar as exportações e desenvolve iniciativas que visam melhorar os níveis de produtividade e qualidade
Os recentes acordos de comércio internacional firmados entre o Mercosul e a União Europeia e também pelo bloco latino com o Egito, além da anunciada abertura do mercado chinês, devem potencializar a venda de leite e produtos derivados em todo mundo. A indústria brasileira do setor, que tem exportações ainda modestas, vê a oportunidades de incrementar seus embarques e já se prepara com iniciativas para melhorar os níveis de produtividade e qualidade, para garantir as chances de atravessar fronteiras.
Segundo a terceira edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro – pesquisa feita com base em diversos indicadores de desempenho da produção nacional –, os laticínios brasileiros atendem basicamente ao mercado doméstico e precisam avançar tanto na eficiência quanto na qualidade do produto. Diante disso, quais são os principais desafios de toda a cadeia do leite?
A diretora-executiva do Ideagri – Sistema para Gestão de Empresas Rurais, Heloise Duarte, esteve à frente do levantamento que gerou os índices divulgados. Para a CEO, há uma disparidade anormal entre fazendas brasileiras. Os rebanhos “top 10%” produzem 20% mais leite por animal em comparação com a média geral.
“Primeiro, tem que parar de aferir com dados médios, geralmente não embasados. É saber o que as melhores fazendas fazem, o que essas ‘top 10%’ produzem, e ter essa produção como meta. Também é fazer controle do rebanho para não ficar com vaca improdutiva, com bezerras morrendo. Temos desafios de fora da porteira, a questão da carga tributária, logística, a cadeia dos frios no Brasil. Já os custos e insumos para fazer leite dependem do mercado, do dólar estadunidense, então isso é mais para a economia. E tem que melhorar a disparidade dos rebanhos, já que, de zero a 10, a média nacional é de 4.1. As melhores fazendas nossas têm 8.9”, afirma Heloise Duarte.
O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Alvim, diz que o panorama do setor lácteo no Brasil é de melhora. Ele lembra que o país demorou a ter um programa nacional específico voltado ao leite, algo que aconteceu somente em 2005.
“O leite melhorou muito de 2005 para cá, quando entrou em vigência o Plano Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite. O difícil é que os demais países têm esse plano há muito tempo, o que dificulta mesmo a competição. Outra coisa é que o Brasil, na verdade, são vários ‘Brasis’, muito grande. Temos uma população de 600 mil produtores de leite, tem que esperar resultados a médio prazo. E essas aberturas recentes, de uma forma ou outra, forçam uma melhora do nosso produto”, ressalta Rodrigo Alvim.
PRODUÇÃO
A exportação de produtos lácteos brasileiros ocorre somente com os “não fluídos”, como leite em pó, leite condensado e queijos. Segundo Heloise Duarte, a produção média por vaca em fazendas profissionais é de 22 litros e meio por animal ao dia. “O IBGE coloca como cinco, mas não representa a média das profissionais, esse é um dado mais abrangente.”
Diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Celso Moreira Júnior concorda que a produção de leite no Brasil é suficiente para abastecer, somente, o mercado interno. Para ele, a redução do custo de produção no país é fundamental para que seja possível uma competição franca no mercado internacional.
“Nos últimos anos, tivemos queda de 10 litros ao ano por brasileiro: de 175 para 165 litros. O mercado doméstico está abastecido, então, agora temos que melhorar a produtividade da vaca, o rendimento da produção. Temos que diminuir o custo de nossa produção. Para se ter ideia, a potência Nova Zelândia tem a tonelada do leite US$ 400 mais barata que a nossa. Isso tem que mudar.”
O Ideagri entende que temas como taxa de prenhez e mortalidade de fêmeas influenciam nesse grau. “Vejo que é mais repensar os investimentos, pois muitas vezes as pessoas que cuidam dessas fazendas não conseguem colocar bem o dinheiro. Existem, claro, fazendas com estruturas simples e bem cuidadas, com certa estrutura, mas infelizmente têm pouco desempenho pelo tamanho, pois falta manejo. É um trabalho difícil e demorado”, diz Heloise Duarte, diretora-executiva do Ideagri.
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