O leite é um dos alimentos mais consumidos no mundo. Mais de 589 milhões de toneladas do alimento são consumidas anualmente, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
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Será que o leite A2 traz benefícios para o organismo, facilitando a digestão

Recentemente, os supermercados brasileiros passaram a comercializar leites chamados de “A2”, que seriam digeridos mais facilmente por quem tem intolerância à proteína desse laticínio.

O tipo de leite mais comum no mercado brasileiro é o “A1A2”, produzido por vacas que possuem as proteínas beta-caseína a1 e beta-caseína a2. Em animais selecionados, isentos da proteína A1, que seria mais difícil de digerir por certas pessoas, o leite produzido é do tipo A2.

Segundo a zootecnista Tânia Rabello, coordenadora técnica de bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), que tem 32 anos de experiência, o leite A2 gera menos efeitos negativs em pessoas que sofrem de irritação pela proteína A1.

“Existem indivíduos que possuem predisposição à irritação no estômago quando consomem o leite por conta da proteína beta-caseína a1, que causa irritação no aparelho digestivo, gerando desconforto. Já a beta-caseína a2 não causa nenhum tipo de desconforto no estômago, permitindo uma ingestão mais tranquila”, explicou a especialista.

A zootecnista lembrou que o alívio gerado pelo leite A2 não gera benefícios para indivíduos intolerantes à lactose. “Vai ter as mesmas reações do leite A1. A lactose é um açúcar, enquanto a beta-caseína é uma proteína. São componentes diferentes que não possuem qualquer ligação”.

Conforme Tânia Rabelo, muitas pessoas confundem intolerância à lactose com predisposição genética à má digestão do leite. “Os sintomas são muito parecidos. Com o aprofundamento das pesquisas na área, cientistas conseguiram diferenciar a caseína dentro do leite. Hoje existem testes mais completos para descobrir se a pessoa é intolerante”.

A nutricionista Natália de Carvalho Teixeira, doutora em ciência de alimentos e coordenadora do curso de Nutrição da faculdade Kennedy, explicou que os desconfortos gástricos do consumo do leite tradicional, de vacas A1A2 são causados pela quebra de uma proteína chamada BCN-7, mais comum na beta-caseína A1 e inexistente ou em menor quantidade na A2.

“A beta-caseína é uma proteína, formada por uma sequência de aminoácidos. As beta-caseínas A1 e A2 são diferentes devido a apenas um aminoácido. Quando ocorre a quebra dessas proteínas, a BCN-7 é formada justamente no lugar do aminoácido que diferencia as duas proteínas, fazendo com que ocorram os desconfortos gástricos”, esclareceu a nutricionista.

Disponibilidade no comércio

O leite A2 ainda é minoria nos supermercados do país. Segundo Tânia Rabelo, a tendência é que a presença nas prateleiras aumente com o investimento em pesquisas para desenvolvimento de rebanhos com o genoma que favorece a produção do alimento de melhor digestão.

Outro fator que atrapalha a popularização do novo tipo de leite é seu valor mais elevado, chegando a custar quase o dobro do produto tradicional.

Para diferenciar esses leites, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu que a indústria utilize rótulos especiais com a frase “leite produzido a partir de vacas com genótipo A2/A2”.

O documentário de curta metragem foi contemplado pelo edital da Lei de Incentivo Paulo Gustavo, conta com o apoio da Prefeitura Municipal e tem como objetivo apresentar a relevância cultural, social e econômica da produção de laticínios em Carambeí, município cuja história se entrelaça com a imigração europeia e com a própria história do leite no Sul do Brasil.

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