Aprimoramento genético do rebanho é a chave para produzir leite A2.
(Fonte: Beba Mais Leite/divulgação)

Quem é produtor de leite sabe que o consumidor é cada vez mais exigente. Por isso, o mercado tem procurado entregar um produto com a maior qualidade possível. E é aí que o leite A2 pode se tornar um diferencial importante e rentável.

Com mais pessoas sendo diagnosticadas com baixa tolerância à lactose, cresce a busca por produtos que fujam do desconforto típico desse quadro. E a boa notícia é que não é necessário fugir do leite bovino, pois, com melhoramento genético, as vacas A2A2 podem ser ótimas saídas para o consumidor e também para o produtor.

Entenda o que é o leite A2

O leite A2 tem um aprimoramento das betacaseínas graças à manipulação genética. (Fonte: Shutterstock)
O leite A2 tem um aprimoramento das betacaseínas graças à manipulação genética. (Fonte: Shutterstock)

leite A2 é diferente do tradicional (A1) em razão da caseína, mas, para entender o significado disso, é preciso conhecer o leite além do que se vê “a olho nu”.

O leite bovino é formado por água e componentes sólidos, como gordura, vitaminas, minerais e proteínas totais. Entre essas proteínas, existem as do soro e as do leite. Essas últimas são chamadas de caseínas e abrigam uma série de substâncias proteicas: alfa s1, alfa s2, kappa, betacaseína, entre outras.

A betacaseína é a mais prevalente e tem 13 variações genéticas. As duas variações mais importantes são a A1, mais comum, e a A2, cujo mercado tem crescido em razão de melhorar o conforto de quem bebe o leite desse tipo.

As pessoas com alergia ao leite bovino podem ter dificuldade de ingerir o leite A2, mas, no caso da intolerância, é possível ingerir essa variação porque ela não gera os mesmos sintomas clínicos, como inchaço, dor e gases. Bom para o cliente, melhor ainda para o produtor leiteiro, que pode colher frutos a partir de um rebanho melhorado geneticamente.

Saiba como produzir leite A2

A certificação do leite A2 garante a venda com mais valor agregado. (Fonte: Beba Mais Leite/divulgação)
A certificação do leite A2 garante a venda com mais valor agregado. (Fonte: Beba Mais Leite/divulgação)

A principal medida para conseguir produzir o produto é apostar no melhoramento dos animais. Assim como na pecuária de corte, a genética é um fator primordial na qualidade da produção leiteira, e os cientistas têm oferecido uma contribuição cada vez mais importante ao setor.

Para atingir a betacaseína A2, é importante que tanto o gameta usado na fecundação como a vaca que recebe o esperma bovino tenham a genética correta. Por isso, costuma-se dizer que é necessário espécimes A2A2 para iniciar essa produção. As raças zebuínas são as que mais oferecem o DNA adequado.

Planejamento

Quando se compra leite, tem-se uma mistura do produto de vários animais. Assim, é importante que o produtor invista em diferentes animais, que permitirão produzir em maior escala o leite específico.

Por isso, o início do investimento em cabeças com melhoramento genético exige um investimento de médio e alto porte. É fundamental planejar a entrada no setor, estimar o aporte necessário e se atentar à certificação. No Brasil, já há rebanhos certificados, mas ainda há muito espaço no mercado.

Além disso, deve-se manter a qualidade da produção e o bem-estar animal. Esses fatores não são importantes apenas por respeitarem os bovinos, mas também porque se ganha em volume e rentabilidade.

Consumidores brasileiros têm se surpreendido com a alteração do nome do queijo nas embalagens. Essa mudança foi definida em um acordo entre União Europeia e Mercosul.

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