Segundo especialistas, problemas climáticos foram o que mais contribuíram para esse cenário são
Batata, leite, óleo de soja e farinha de trigo estão entre os destaques Viki Mohamad/ Unsplash

O grupo alimentação puxou para cima a composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, segundo dados divulgados na quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice desacelerou para 1,06% em abril, maior nível para o mês desde 1996 (1,26%). Entre os nove grupos de produtos e serviços que o compõem, a maior variação (2,06%) e o maior impacto (0,43 p.p.) vieram do grupo Alimentação e Bebidas.

Batata, leite, óleo de soja e farinha de trigo estão entre os que mais subiram.

Confira alguns alimentos que mais subiram em abril:

Confira alimentos que mais subiram no acumulado de 12 meses:

  • Cenoura (178,02%);
  • Tomate (103,26%);
  • Abobrinha (102,99%);
  • Melão (82,46%);
  • Morango (70,39%);
  • Carnes (8,06%).

A Corrida dos Precos em 12 meses
/ Arte/CNN

O que explica essas altas?

Segundo Matheus Peçanha, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os problemas climáticos foram o que mais contribuíram para esse cenário.

“Nós temos presenciado uma soma de problemas climáticos desde 2020”, afirmou Peçanha em entrevista à CNN.

Primeiro, o efeito La Niña perdurou ao longo do ano inteiro, culminando em uma inflação significativa nos preços dos alimentos e energia.

Logo depois, uma série de outros problemas climáticos apareceu. As geadas impactaram a produção de café, açúcar e pastos — prejudicando especialmente a pecuária.

Posteriormente, as fortes chuvas também prejudicaram os pastos (consequentemente interferindo na produção de carne e leite) e, especificamente, os hortifrútis.

O especialista ainda adiciona que, orbitando esses problemas, outros acontecimentos acabaram potencializando as altas: “os elevados preços do diesel encarecem o custo do frete; a guerra na Ucrânia aumenta os custos de fertilizantes e do trigo; o câmbio mais alto também acaba aumentando a exportação que, somados à demanda externa elevada de carne por parte da China, acabam reduzindo a oferta interna e subindo os preços”, explica.

“De modo geral, os custos estão sofrendo choques excessivos.”

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