Todo o processo é comandado por um programa de computador e, a partir de uma banco de dados de cada animal é possível aumentar a produção e reduzir custos

Todo o processo é comandado por um programa de computador e, a partir de uma banco de dados de cada animal é possível aumentar a produção e reduzir custos

Durante as últimas semanas, o Rural Notícias mostrou  produtores de leite de todo o Brasil insatisfeitos com o baixo preço pago pelo litro do produto. Mas, na contra-mão desse cenário, um pecuarista do Rio Grande do Sul fez um investimento milionário e montou uma fazenda robotizada para conseguir um leite com mais qualidade e valor de mercado.

A propriedade fica no município de Paraí, no norte do Rio Grande do Sul, cerca de 270 quilômetros de Porto Alegre. Há cinco anos, o pecuarista Ezequiel Nólio decidiu investir na compra de um robô holandês para resolver um gargalo comum na pecuária leiteira: a falta de mão de obra.

 

A automação trouxe vantagens imediatas, relata o produtor. “Nós tivemos um incremento de 8 litros por vaca ao dia. As vacas são ordenhadas mais vezes ao dia, há uma redução no consumo de ração comparada com a ordenha feita pelo ser humano, pois cada vaca recebe a ração conforme a produção”, disse.

Todo o processo é comandado por um programa de computador e, a partir de uma banco de dados de cada animal é possível aumentar a produção e reduzir custos.

Robotização em fazenda leiteira leite vaca robô

Foto: Divulgação

O computador mostra quando ocorreu a última ordenha, temperatura do leite, produtividade de cada quarto, se a vaca teve inseminações, a estimativa do parto, secagem esperada e até os minutos de ruminação por dia.

Além disso, a central controla desde o funcionamento da bomba de vácuo, o processo de limpeza , ordenha em si, além da análise do leite e o descarte do que for impróprio para o consumo.

“Cada mangueira dessa é uma teta da vaca, o leite chegou aqui já está todo analisado, com toda a composição do leite, gordura, proteína, temperatura do leite. Se o leite estiver aguado, mastite, qualquer alteração, ele é descartado, o leite é todo feito por circuito fechado e não tem interferência humana”, disse.

 

Ao finalizar cada ordenha, um jato de iodo é direcionado a em cada quarto, que é o four beep. O braço sai debaixo da vaca, faz um enxágue, esterilização das tetas, para evitar contaminação de uma vaca para a outra. Só assim, segue para o próximo animal.

Há cerca de três anos, Ezequiel investiu em mais um robô. Dessa vez, a máquina seria utilizada para fazer a aproximação da comida na praça de alimentação de hora em hora.

“O robô está estimulando os animais a ingerir mais alimentos, pois ele está aproximando a comida várias vezes ao dia e, consequentemente, aumenta a produção de leite, além do ganho de saúde do rúmen, porque os animais ingerem mais alimento, acaba remoendo mais, e isso é um conjunto de fatores que vem para agregar”, contou o pecuarista.

 

O investimento mais recente foi feito há seis meses, quando Ezequiel comprou a versão mais nova do robô de ordenha. O investimento total até agora foi de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Um valor alto para quem hoje tem apenas 194 vacas, com retorno estimado de 5 a 6 anos dependendo do preço recebido pelo litro do leite.

No caso do Ezequiel, uma cooperativa da região paga R$ 1,90, bem acima da média nacional e, por isso, ele está muito otimista com o futuro.

“Sei que o momento que a gente está passando é um momento difícil, com a pandemia. Muitos produtores acabam abandonando a atividade , muito leite sendo desperdiçado, mas para nós isso é uma oportunidade, um desafio, para ampliar nosso pavilhão, dobrar a produção, chegar a 5 ou 6 mil litros de leite por dia. Sei que isso é uma tarefa difícil, mas vamos chegar lá. Estamos pegando o azedo do limão, que é a crise e a pandemia, e transformando em uma doce limonada”, finalizou.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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