Fortalecimento da produção nacional, aumento das importações e dificuldade de repasse do atacado foram alguns dos motivos para esse novo cenário.
Os preços do leite e seus derivados perderam forças ao longo de outubro, após vários meses com alta consistente. Os preços da última sexta-feira (23/10) registravam quedas próximas a 10% para o leite UHT, leite em pó e queijo muçarela em relação a setembro.
No mercado spot, o recuo iniciado em setembro intensificou-se neste mês, com os preços ficando mais próximos dos valores pagos aos produtores. O fortalecimento da produção nacional, o aumento das importações e a dificuldade de repasse do atacado para o varejista foram alguns dos motivos para esse novo cenário.
Conseleites projetam o fim das altas de preços do leite ao produtor
Depois de quatro altas seguidas, os Conseleites estaduais projetaram quedas nos preços a serem pagos aos produtores em novembro (referente ao leite entregue em outubro). As reduções ficaram próximas a 5%, com exceção de Santa Catarina que prevê queda um pouco menor, de 3,2%. Esses resultados refletem o enfraquecimento dos preços dos produtos lácteos no atacado e no mercado spot ao longo de outubro.
Preços dos grãos disparam e mercado de boi acompanha movimento
Os preços do milho e do farelo de soja experimentaram uma nova escalada de preços ao longo de outubro. Mesmo com medida do governo de zerar as tarifas de importação, os preços mantiveram o movimento de alta com o milho subindo 31% e o farelo de soja 28% em relação a média de setembro. Em relação a outubro de 2019, os preços destes produtos praticamente dobraram pesando bastante nos custos de produção pecuários. As chuvas irregulares e o atraso no plantio da safra 2020/21 estimularam as novas altas. O mercado do boi também manteve o movimento de elevação de preços, com a arroba do boi gordo e o bezerro registrando altas de 8% e 7%, respectivamente ao longo de outubro.