No entanto, o nível de incertezas e a preocupação com os preços vem ganhando espaço nos últimos dias. No mercado internacional, o cenário de crescimento econômico piorou. O risco de recessão dos Estados Unidos aumentou, as previsões de crescimento europeu são piores e a china vem mostrando sinais de desaceleração do crescimento. Os grandes fundos de hedge estão reduzindo suas exposições em commodities, contribuindo para o recuo nas cotações sejam elas metálicas, energéticas ou agrícolas. O milho teve os preços recuando do patamar de 8 dólares/bushel para cerca de 6 dólares/bushel no mercado norte-americano entre maio e agosto. Os lácteos também recuaram nos últimos leilões da plataforma GDT, com o leite em pó integral sendo cotado em US$3.544/tonelada em 02 de agosto, o menor preço desde 17 de agosto de 2021.
No mercado interno, pelo lado dos custos de produção a notícia é positiva. Já em relação a tendência de preços e importações, o cenário é mais complicado.
O custo de produção, medido pelo ICPLeite/Embrapa, recuou pelo terceiro mês consecutivo. Em 2022, a alta foi de apenas 1,28%. No entanto, comparando a média de janeiro a julho de 2022 com o mesmo período de 2021, chega-se a um incremento de 18,1%. Ou seja, no comparativo anual os custos ainda estão mais altos, apesar da desaceleração recente. Nos últimos meses a queda de preços dos concentrados, fertilizantes e combustíveis contribuiu para uma pressão menor no custo de produzir leite.