A revolução das proteínas já não é mais um território exclusivamente masculino nem se limita ao universo das academias. De acordo com um relatório da Euromonitor International, em 2025 são as mulheres que estão moldando a próxima onda de inovação no mercado global de alimentos e bebidas ricos em proteínas.
Uma nova cara para o consumidor proteico
O consumo de proteínas deixou de estar associado apenas à hipertrofia ou ao desempenho esportivo. Hoje, as motivações femininas envolvem energia, saciedade, controle de peso, saúde intestinal e envelhecimento saudável, com destaque para as regiões da Ásia-Pacífico e América do Norte.
Segundo a Euromonitor, uma proporção maior de mulheres do que de homens planeja aumentar a ingestão de proteínas em 2025 em relação a 2019 um sinal claro de um mercado em plena expansão.
Formatos práticos e funcionais
A indústria percebeu essa transformação. Os lançamentos de produtos proteicos se expandiram além dos suplementos e shakes, chegando a iogurtes, snacks funcionais e bebidas prontas para consumo (RTD). As marcas estão criando fórmulas voltadas ao público feminino que combinam proteínas com colágeno, fibras e ingredientes voltados para o bem-estar da pele, das articulações e do intestino.
Esses formatos são mais acessíveis e convenientes, integrando-se naturalmente à rotina diária, o que amplia o alcance das marcas.
Os motores dessa tendência
Três fatores se destacam nesse movimento:
- Redes sociais e bem-estar: jovens da Geração Z (15 a 19 anos) impulsionam o interesse por proteínas ligadas à estética, metabolismo e saúde hormonal.
- O conceito de “musclespan”: manter a massa muscular saudável ao longo da vida tornou-se prioridade para mulheres acima dos 30 e 60 anos, principalmente na Ásia-Pacífico.
- Estilo de vida ativo: cada vez mais mulheres aderem ao treinamento de força e à nutrição proteica como parte essencial da rotina, e não como complemento.
Impacto para o setor lácteo e de alimentos
Para a indústria láctea, essa tendência representa uma oportunidade de ouro. Os produtos tradicionais, como o leite com alto teor proteico, continuam em crescimento, mas o foco se desloca para categorias inovadoras: iogurtes proteicos, queijos funcionais, bebidas fermentadas e snacks nutritivos.
A saturação do mercado masculino de suplementos mostra que o caminho do futuro está na personalização e na abordagem holística do bem-estar feminino.
Sustentabilidade e ciência como pilares
Outro fator decisivo é a busca por ingredientes sustentáveis e rastreáveis. As consumidoras estão mais conscientes do impacto ambiental da produção proteica e exigem transparência das marcas. Isso impulsiona pesquisas em proteínas alternativas, como as derivadas de plantas, leite de precisão, e até proteínas cultivadas em laboratório.
Empresas globais como Yili, Danone e Nestlé estão investindo fortemente em inovação científica para atender esse novo perfil de consumo, priorizando cadeias produtivas limpas e processos com menor emissão de carbono.
A ciência também tem um papel central: estudos recentes indicam que a combinação equilibrada entre proteínas de origem animal e vegetal oferece benefícios complementares à saúde feminina, fortalecendo músculos, ossos e microbiota intestinal. Esse diálogo entre nutrição e ciência abre espaço para uma alimentação mais funcional, personalizada e inteligente.
Uma nova era da proteína
As mulheres deixaram de ser coadjuvantes no “boom proteico” para se tornarem protagonistas de uma nova era, na qual a nutrição e o bem-estar caminham juntos. Para as empresas, inovar significa redefinir a proteína como parte do dia a dia da mulher moderna um elo entre saúde, prazer e propósito.
Inovação com perspectiva feminina
As marcas que compreendem essa transformação não apenas ganham mercado, mas também ajudam a construir um ecossistema alimentar mais inclusivo e consciente. Incorporar a visão feminina à inovação proteica é reconhecer que a nutrição é parte de um bem-estar integral.
Mais do que lançar produtos, trata-se de desenvolver soluções reais, saborosas e sustentáveis que conectem ciência, estilo de vida e desejo. Esse é o verdadeiro desafio da nova fronteira da proteína.
Adaptado para eDairyNews, com informações de DairyReporter