A Nestlé Brasil
Assinou nesta segunda-feira, primeiro dia da COP30, um acordo de cooperação geral com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para acelerar pesquisas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa em cadeias de ingredientes utilizados pela companhia de alimentos.
Os dois primeiros projetos contemplados envolverão as cadeias de produção de leite e de cacau. Junto com a do café, elas são as mais relevantes em ingredientes para a Nestlé.
O primeiro projeto vai testar o perfil de emissão de gases de efeito estufa de vacas em lactação submetidas a diferentes dietas, segundo nota da companhia. O segundo é voltado ao desenvolvimento de sistemas agroflorestais mais eficientes na produção de cacau.
A parceria com a Embrapa prevê investimentos em pesquisa genética, sistemas agroflorestais e outras práticas regenerativas. O plantio sombreado em sistemas agroflorestais é um dos já utilizados na Amazônia. Na avaliação da Nestlé, o Brasil tem condições agronômicas e climáticas para voltar a ser autossuficiente na produção de cacau – o país já foi o maior produtor global.
“Este acordo reafirma nossa convicção de que a ciência, quando aliada à prática, tem um papel essencial na construção de sistemas alimentares mais saudáveis, resilientes e regenerativos”, afirma Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, no comunicado. “Também representa um passo importante da Nestlé rumo à neutralidade de carbono até 2050.”
O acordo de cooperação recebeu o aval do Nestlé Institute of Agricultural Sciences (NIAS), inaugurado em 2023, na Suíça, para acelerar pesquisas que ajudem a companhia a atingir a neutralidade de carbono até 2050 e garantir que metade das principais matérias-primas usadas pela empresa venham de práticas regenerativas até 2030.
Em 2025, profissionais do NIAS visitaram diferentes áreas da Embrapa no Brasil, como a Embrapa Amazônia Oriental, no Pará, e fazendas de cacau no Estado.
“As parcerias entre o setor público e o privado são fundamentais para que o conhecimento científico se transforme em soluções concretas e escaláveis no campo”, afirmou Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, em nota.
A Nestlé e a Embrapa vêm fazendo parcerias há três décadas, como o Programa de Boas Práticas em Fazendas de Leite, criado em 2006 e certificado em 100% das propriedades parceiras da companhia em 2017. O manual resultante da iniciativa tornou-se referência para duas instruções normativas que estabeleceram padrões para fazendas de todo o país. Em 2021, a colaboração passou a abranger também a produção de leite de baixo carbono.
No café, entre as parcerias mantidas pela empresa está a com a Fundação Procafé, integrante do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa.
