As inovações foram apresentadas durante a 12ª Convenção Anual da Semex, que contou com a participação de aproximadamente 100 profissionais do setor de genética

As inovações foram apresentadas durante a 12ª Convenção Anual da Semex, que contou com a participação de aproximadamente 100 profissionais do setor de genética

O Brasil vem ampliando o número de fêmeas bovinas inseminadas nos últimos anos, mas o desafio é atingir um índice próximo ao praticado em países como os Estados Unidos, o Canadá e a França, que utilizam a técnica na maior parte de seus rebanhos. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), 11,89% das fêmeas em idade reprodutiva foram inseminadas em 2018, um ligeiro aumento comparado aos 10,54% de 2017.O uso da inseminação artificial, associada às diversas inovações lançadas nos últimos anos, é fundamental para tornar a pecuária mais eficiente e rentável, conforme defenderam especialistas em genética bovina do Brasil, Canadá e da América Latina que participaram da 12ª Convenção Anual da Semex, nos dias 7 e 8 de março, em Curitiba/PR. “Nunca tivemos uma época com tanto impacto das tecnologias sobre a indústria e sobre a seleção genética bovina. Inovações, como a genômica e a FIV (Fertilização In Vitro), mudaram a face do melhoramento genético, permitindo que somente os melhores animais tenham sua genética multiplicada no rebanho”, diz o argentino Horácio Larrea, Diretor Comercial da Semex Alliance e responsável pelos mercados da América Latina e Europa Ocidental.

Os especialistas garantem que somente as fazendas mais tecnificadas permanecerão no mercado pecuário. Na pecuária leiteira, esse cenário já uma realidade. O número de vacas por fazenda vem crescendo enquanto o número de produtores está diminuindo. “Além de aumentar a produção, as propriedades estão preocupadas em colocar no mercado um leite de qualidade. Por isso, há uma grande preocupação em reduzir os casos de doenças nos rebanhos e, consequentemente, o uso de medicamentos. Estamos conseguindo solucionar esse problema com a identificação de touros de maior imunidade e de excelente produção leiteira. Esses animais também apresentam maior fertilidade. Nas inseminações com sêmen de touros Immunity+, o número de doses usadas é menor”, esclarece o médico-veterinário e especialista em gado de leite Cláudio Aragon, que é Diretor de Mercado da Semex.

No Brasil, a imunogenética vem sendo amplamente divulgada nas raças leiteiras há mais de cinco anos. Na pecuária de corte, também já existem alguns touros de raças taurinas com a identificação Immunity+ na bateria da Semex. Durante a convenção, a empresa anunciou que a tecnologia será ampliada, desta vez com foco no combate à Doença Respiratória Bovina (DRB). Em parceria com a Associação Canadense de Angus e com a Angus Genetics Inc., a Semex Alliance iniciou uma pesquisa para o desenvolvimento de um teste de Alta Resposta Imunológica para DRB, direcionado para a raça Angus, líder das vendas de sêmen no Brasil. “Essa nova tecnologia reduzirá gastos com a doença em até 50%”, diz Antonio Carlos Sciamarelli Junior, gerente de gado de corte da Semex, que é detentora exclusiva da tecnologia Immunity.

A 12ª Convenção Anual da Semex também apresentou as mais modernas tecnologias utilizadas para a produção de sêmen e embriões. Segundo a médica-veterinária e Gerente Técnica da Tairana, Tatiana Berton, foram adotados novos parâmetros de fertilidade para a produção das doses. “O foco na pecuária é ser mais eficiente e, dentro desse cenário, a qualidade do sêmen se revela imprescindível nos programas de IATF e Transferência de Embriões e, por consequência, no resultado final da fazenda”, diz Tatiana. A Tairana, uma das empresas que compõem o Grupo Semex, fechou 2018 com um crescimento de 33%. Já a doutora em Reprodução Bovina e Gerente Geral do laboratório do Cenatte na cidade de Castro/PR, Fernanda Cavallari Durante, apresentou na convenção um panorama da produção de embriões. O volume de embriões produzidos por meio da técnica de FIV tem crescido exponencialmente nos últimos anos e o Brasil é um dos maiores produtores do mundo. “A FIV permite um melhor aproveitamento das fêmeas, especialmente as muito jovens e as muito velhas, além de garantir maior variabilidade genética e de descendentes. Com a FIV, o produtor consegue fazer 10 anos de melhoramento genético com apenas uma geração”, destaca. O Cenatte também integra o Grupo Semex.

Exportações

A Semex vem de um crescimento de 16,34% em 2018 e está acelerando o ritmo em 2019. Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas de sêmen da empresa ficaram 31% acima do mesmo período do ano passado. Além do avanço no mercado interno, a Semex fechou 2018 com aumento nas exportações. As vendas externas foram três vezes maiores que em 2017. “Há uma forte demanda na América Latina pela genética brasileira, especialmente de raças tropicais, tais como Brahman, Gir, Girolando, Guzerá, Nelore e Senepol”, destaca o Diretor da Semex Colômbia e Equador, Carlos Herrera. Segundo o Gerente de Exportações da Semex, Mario Karpinskas, em 2019, novos mercado na América Latina e na Ásia devem ser abertos, tanto para embriões quanto para sêmen.

Diante de tantas tecnologias apresentadas aos quase 100 profissionais que participaram da 12ª Convenção Anual da Semex, o diretor-presidente da empresa, Nelson Ziehlsdorff, acredita que 2019 será mais um ano positivo para o setor. “Esse crescimento é resultado dos diversos investimentos em soluções tecnológicas que estamos fazendo ano após ano. O trabalho da Semex está focado no desenvolvimento de um plano nacional de fertilidade capaz de atender às necessidades do mercado e gerar valor para os produtores. Para isso, temos as melhores soluções e as melhores pessoas”, assegura Nelson.

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