De 2018 para 2019, o número de matrizes de gado de corte inseminadas artificialmente no Brasil saltou de 11% para 16% de todas as fêmeas em idade reprodutiva. Em entrevista concedida ao Giro do Boi desta terça, 18, o presidente da Asbia, Associação Brasileira de Inseminação Artificial, Márcio Nery Magalhães Júnior, celebrou o avanço. Nery, que é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa, em MG, tem 20 anos de atuação no mercado junto à ABS Pecplan, empresa em que ocupa o cargo de diretor-geral.
Ao todo, foram vendidas em 2019 18,5 milhões de doses, sendo que, destas, 11,8 foram destinadas ao gado de corte, um crescimento de 23% em relação às 9,6 milhões comercializadas em 2018. Veja na tela abaixo os gráficos com os números apurados pela Asbia na parceria com o Cepea, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP:
“O que tem dado muita satisfação para a gente é o entendimento do pecuarista em relação ao impacto da genética. Ele acordou. De certa forma, o mercado acordou. E são três fatores importantes: o custo é muito baixo, é 1% a 2% do custo de produção. O segundo entendimento é que de todos os insumos que você coloca na pecuária de corte e de leite, a genética é o único permanente, ela vai continuar atuando sobre todas as gerações que nascerem na fazenda, ou seja, se você tomou o caminho certo ou errado, você vai ter que conviver com aquele genética. […] E o terceiro ponto que o pecuarista está entendendo é que a genética não atua só na ponta do aumento da produção, […] mas ela atua na outra ponta, que é a ponta de redução de custo, eficiência alimentar. A genética está atuando na eficiência alimentar, que é produzir mais ou a mesma coisa com menos, a genética atua na diminuição de gastos com medicamentos, criando animais mais saudáveis, mais resistentes, e a genética atua também na redução da mão de obra, ou seja, com animais mais eficientes você reduz mão de obra. A genética tem esta capacidade”, avaliou Nery.
Em sua participação no programa, Nery comparou o uso de IATF no Brasil com os EUA, informando que os norte-americanos inseminam cerca de 9% de suas matrizes de corte, falou da importância do uso da IATF no momento atual pelo qual o Brasil passa e ainda respondeu dúvida de pecuarista sobre como diminuir o tempo para detecção de prenhez na busca por encurtar a estação de monta ou ainda viabilizar o uso de uma terceira IATF dentro do mesmo período reprodutivo.
Veja a participação completa de Márcio Nery no Giro do Boi desta terça, 18: