No coração das terras com elevações e declives que desenham o coração da paisagem do Oeste Catarinense, um novo modelo de pecuária leiteira vem ganhando forma — e reconhecimento. O Laticínio e a Fazenda Malagutti, que está sob a liderança do jovem Gabriel Malagutti, não é apenas mais uma propriedade rural.
É um laboratório vivo de como a tecnologia, o cuidado animal e a sucessão familiar podem se entrelaçar para dar origem a um negócio sustentável, eficiente e, acima de tudo, humano.
Bastam poucos minutos para entender que, por trás da calmaria das vacas Jersey, pulsa um modelo de negócios revolucionário — e profundamente humano. Aqui, o leite não é apenas nutriente: é cultura, é ciência, é propósito. É também um caso de sucesso que ressignifica o que significa fazer agro no Brasil.
Fundada sobre os alicerces da tradição, mas com os olhos voltados para o futuro, a história dos Laticínios Malagutti é conduzida por uma filosofia firme: produzir alimentos de altíssima qualidade a partir de uma cadeia produtiva ética, sustentável e tecnificada, com foco absoluto no bem-estar animal. E tudo isso sob a batuta afinada de uma família que decidiu fazer diferente — e fazer melhor.
O negócio começa no coração da fazenda
Localizada em Chapecó – Santa Catarina, a Fazenda Malagutti é o berço de um rebanho 100% Jersey, cuidadosamente selecionado. A escolha da raça não é casual: com sua capacidade de transformar alimento em leite com altíssimo teor de sólidos (proteína e gordura), a Jersey é sinônimo de eficiência, rusticidade e qualidade incomparável. E para os Malagutti, isso tem tudo a ver com a proposta de valor da marca.
Sistema intensivo: tecnologia que liberta
Ao contrário das imagens bucólicas que ilustram muitas reportagens do setor, na Fazenda Malagutti as vacas não pastam sob grandes árvores nem caminham por grandes campos verdes. O sistema é intensivo, moderno, 100% confinado — mas LONGE DE SER SINÔNIMO DE PRIVAÇÃO.
Aqui, o confinamento é sinônimo de conforto e autonomia. As instalações são climatizadas, as camas são limpas e macias, o acesso à água fresca é contínuo, e as vacas têm liberdade total para decidir como vão passar o dia. O sistema de ordenha voluntária permite que elas escolham quando querem ser ordenhadas — um comportamento que respeita o seu bem-estar fisiológico e emocional.
Além disso, sensores monitoram em tempo real a saúde, o cio, a alimentação e a produção de cada animal. Se uma Jersey estiver comendo menos, ruminando diferente ou apresentando alteração no ritmo de ordenha, o sistema emite alertas. Nada passa despercebido.
“É um sistema onde o bem-estar animal é o centro de tudo. Isso não significa renunciar à produtividade. Pelo contrário — vaca feliz produz mais e melhor. Saúde e produção são os principais indicadores de bem-estar e isso vemos de sobra aqui”, explica Gabriel.
Esse nível de controle e cuidado gera um círculo virtuoso: vacas saudáveis produzem leite com mais consistência, vivem mais, reproduzem melhor e — o mais importante — têm uma vida digna. O slogan “leite de vaquinhas felizes” pode soar fofo demais para os mais céticos, mas ali, no chão da fazenda, ele é uma política séria de gestão.
Sustentabilidade como prática, não como marketing
Na era dos selos verdes, os Laticínios Malagutti foram além. A conquista da Certificação Jersey Sustentável atesta que a produção ali não agride o meio ambiente, valoriza o trabalho humano e respeita os pilares ESG (ambiental, social e governança).
Energia solar, compostagem de dejetos, recuperação de nascentes, manejo de pasto regenerativo e uso racional de água são apenas algumas das práticas já implementadas ou em processo de implementação. Mas o que impressiona é que nada disso soa forçado. Tudo foi incorporado de forma orgânica à cultura da fazenda.
Gabriel enfatiza que a produção tem que ser harmoniosa com o ambiente e todos os seres envolvidos, afinal o Selo Produto Jersey Sustentável também obedece a critérios de responsabilidade social, envolvendo cada elo, inclusive o humano.
Do campo à mesa: laticínio próprio e controle total da cadeia
Com o controle total da cadeia, da produção de leite à industrialização, os Malagutti criaram um diferencial competitivo raro no setor: rastreabilidade total, padronização, inovação e agilidade. O laticínio, instalado dentro da própria fazenda, permite o processamento do leite em poucas horas após a ordenha — o que garante frescor e qualidade excepcionais.
Manteigas, nata, queijos de massa prensada, frescais e leites especiais compõem um portfólio que ganha cada vez mais espaço nas gôndolas especializadas e no paladar de consumidores exigentes.
E tudo é feito em lotes pequenos, com controle sensorial rigoroso, padronização artesanal e técnicas tradicionais aliadas à ciência moderna de laticínios.
Sucessão familiar: o segredo invisível do sucesso do Laticínios Malagutti
Enquanto muitos negócios rurais enfrentam o fantasma da sucessão, os Malagutti encontraram ali sua força motriz. A nova geração não só assumiu o comando com paixão, como injetou sangue novo, conhecimento técnico e visão de futuro.
Com diferentes perfis e conhecimentos, filhos e netos se dividiram entre o campo, o laticínio e a gestão estratégica da marca. E transformaram a tradição em vanguarda.
“A gente não quer apenas continuar o legado dos nossos pais. Queremos levar isso adiante, com alma, com propósito e com visão de mundo”, diz Gabriel.
Final feliz — e em constante construção
A história dos Laticínios Malagutti é a prova de que o agronegócio brasileiro pode ser ao mesmo tempo técnico, sensível, sustentável e lucrativo. Que é possível produzir com responsabilidade, respeitar os animais, recuperar o meio ambiente e ainda entregar um produto premium, valorizado, com identidade e origem.
É um convite para repensar o que colocamos no prato — e reconhecer que, por trás de cada colherada pode existir uma história de amor à terra, aos animais e à família.