O telespectador Pedro Fernandes, de Natal, capital do Rio Grande do Norte, enviou sua solicitação ao Giro do Boi. “Queria saber mais informações sobre o cruzamento do Pardo-Suíço leiteiro com Sindi leiteiro e do Pardo-Suíço leiteiro com o Holandês”.

O telespectador Pedro Fernandes, de Natal, capital do Rio Grande do Norte, enviou sua solicitação ao Giro do Boi. “Queria saber mais informações sobre o cruzamento do Pardo-Suíço leiteiro com Sindi leiteiro e do Pardo-Suíço leiteiro com o Holandês”.

O especialista em genética de gado leiteiro Guilherme Marquez, zootecnista e gerente nacional de produto leite da central Alta Genetics, fez suas considerações sobre os frutos desta cruza.

Marquez comparou o resultados dos cruzamentos sugeridos pelo criador potiguar. “O Pardo-Suíço é uma raça extremamente rústica, adaptada, mas é uma raça europeia, e nós estamos no Brasil. E o melhor cruzamento com ela, com certeza, é o cruzamento com um zebuíno. Neste caso, o Sindi leiteiro, que é uma raça de porte menor, uma raça também muito rústica. Assim você vai fazer um animal, principalmente, de tamanho mediano, um animal com boa produção de leite, ótima produção de gordura e também uma padronização muito grande no seu rebanho, de animais fortes e com bons cascos. Eu acredito que vá ter uma rusticidade enorme! Alguns trabalhos já estão sendo feitos cruzando essas duas raças, e a gente vê que o resultado é interessante”, opinou.

Marquez comentou também as características da cruza do Pardo-Suíço com o Holandês. “Você está em Natal e você já conhece a necessidade do Sindi em termos de metabolismo, em termos de taxa de mantença. Quando a gente cruza com o Pardo-Suíço, eu aumento essa necessidade de taxa de mantença. Então saiba que, nesse momento, você vai precisar também administrar um pouco mais de alimento para esses animais porque a exigência vai mudar, o tamanho vai mudar, a exigência de mantença vai mudar. Então esse animal muda de perfil. Mas eles serão bons produtores de leite e com bom aproveitamento dos machinhos até para finalizar em um comércio de abate, se for o caso”, ponderou.

O zootecnista detalhou o cruzamento entre as raças europeias. “Quando você cruza o Pardo-Suíço com o Holandês, já é uma outra história. A gente já tem muitos exercícios feitos no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos, onde a gente vê que os resultado deste cruzamento são uma melhoria muito grande de taxa de prenhez, no teor de gordura do leite e uma melhoria bem bacana também no tamanho dos animais e na rusticidade desses animais, principalmente quando colocados com o Holandês. Então o animal vai ter um porte maior do que esse primeiro cruzamento que nós falamos (Pardo-Suíço x Sindi), mas ele vai ser menor do que o Holandês e ele vai ser também maior do que o Pardo-Suíço. São animais com produção de leite bem interessante, porém também menor que a produção do Holandês. Mas eles serão animais que, na parte de descarte, de terminação da vaca e do macho também, bem pesados, então você acaba aproveitando esse animal para o corte também”, acrescentou o zootecnista.

“(O Pardo-Suíço) É uma boa opção de rusticidade para o Holandês, mesmo lembrando que são dois animais europeus. Então nós estamos no Brasil, os desafios para ele provavelmente vão ser maiores do que o primeiro cruzamento, mas é bom lembrar também que o Pardo-Suíço é um animal criado e selecionado com rusticidade, selecionado com diferenças climáticas, um animal forte de casco e que produz muito leite e muitos sólidos, muita gordura. E você vai ter isso no seu cruzamento”, informou o especialista.

“O ideal (entre os dois cruzamentos) seria com o Sindi, para fazer um animal de porte mediano e mais rústico para a sua região, mas se você tiver um galpão ou um jeito de resfriar o ambiente, de trabalhar melhor esses animais, com o Holandês você vai ter um pouco mais de leite”, comparou.

Marquez salientou ainda que, em todo caso, não há a formação de uma raça específica a partir destes cruzamentos e, portanto, os animais não podem participar de um programa de melhoramento genético, impedindo a produção de sêmen. “Ainda não é permitido se vender sêmen do macho que é fruto do cruzamento desses animais . A gente tem sêmen de Pardo-Suíço, tem sêmen de Holandês e tem sêmen de Sindi leiteiro. Mas dos cruzamentos ainda não. Eu lembro que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é que certifica, através de programas de melhoramento, a possibilidade de um touro ir para uma central. Existe um trabalho muito sério, e é bom reforçar isso, […] que o ministério tem uma responsabilidade muito grande. Só se pode comercializar sêmen quando o animal realmente é certificado como melhorador porque, senão, já pensou? A gente ia acabar tendo um estrago muito grande no rebanho nacional! Mas a partir desse trabalho do Mapa, a gente vê os crescimentos de produção de leite de cada raça dos programas de melhoramento genético, ano após ano, com o uso e a liberação do Mapa para se vender sêmen”, concluiu.

Qual é a sua dúvida sobre cruzamento para gado de leite? Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail girodoboi@canalrural.com.br.

Assista o depoimento completo de Guilherme Marquez sobre o cruzamento de Pardo-Suíço com Sindi leiteiro e Holandês:

Foto: Reprodução / Facebook Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço

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