Com uma taxa de cerca 40% de brasileiros com predisposição genética a ter algum tipo de reação negativa a lactose, o mercado de produção de alimentos e o modo de consumo de produtos como iogurte, leite e queijos vem mudando drasticamente nos último anos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), em cinco anos a venda de produtos zero lactose cresceu 98%.
De olho na qualidade de vida desse consumidor e preocupado com a produção desse tipo de produto, a Agropecuária Palma criou uma linha especial, totalmente lac free, incluindo Queijo Minas Frescal, Queijo Minas Padrão, Queijo Prato, Queijo tipo Cottage e Coalhada natural.
A engenheira de alimentos, a consultora em gestão da qualidade e assuntos regulatórios, Bruna Soares, conta que a produção de produtos sem lactose é feita pela própria empresa. “Nós adicionamos a enzima lactase no leite que faz a hidrólise (quebra) da lactose (principal carboidrato do leite). Assim, a lactase quebra a lactose em dois componentes: glicose e galactose”, esclarece.
A consultora afirma que as pessoas com intolerância à lactose não passam mal com a linha de produtos zero lactose. “As pessoas que têm intolerância não passam mal, pois elas não ingerem a lactose e, sim, a glicose e a galactose”, explica.
Empresa é destaque no DF
Segundo dados da Emater-DF, a produção de leite do Distrito Federal e entorno foi de 29,9 milhões de litros em 2017, número baixo se comparado ao potencial de demanda dos consumidores brasilienses, que é de 221,8 milhões de litros anuais, quando multiplicamos a população – cerca de 3 milhões de habitantes – pelo consumo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, de 200 mL/dia.
Com mais de 50 anos no mercado, a agropecuária Palma chega em um novo momento na produção de laticínios a partir do leite tipo A, se firmando como referência de produtos de qualidade no Centro-Oeste graças ao investimento em melhoramento genético para chegar ao gado ideal das raças Gir Leiteiro e Holandês, que unidas deram origem a Girolando.
Atualmente a fazenda conta com duas unidades de produção, sendo: sistema “free stall”, no qual o gado é criado e acompanhado em conforto total; e sistema a pasto irrigado (pivô), no modelo internacional exportado da Nova Zelândia. Tudo o que o gado consome – milho, feno, alfafa e soja – é produzido na própria fazenda e transformado em ração, assim ele é suplementado com os melhores produtos.
O gado é ordenhado três vezes ao longo do dia pelo processo mecânico, que visa diminuir os riscos de machucar e estressar o animal, além de livrar da contaminação de um animal para o outro. A operação resulta em um leite de excelente composição (Tipo A), que sai das vacas e é bombeado por uma tubulação metálica até os tanques de pasteurização. O processo é automático, sem contato manual, e garante produtos para serem consumidos de forma segura para a saúde.
“Só eu já tenho mais de 20 anos à frente da fazenda e sei o quão rigorosos somos tanto com a qualidade d o produto quanto com o trato com o animal. Não levamos até o seu limite. O ciclo de ordenha de cada uma delas dura no máximo 5 anos”, afirma Wesliane Maria Neuls, que conduz toda a produção.
Por dia, rebanho de aproximadamente 2500 vacas novilhas e 1000 vacas em lactação produzem cerca de 30 mil litros de leite são produzidos para virarem queijos, manteigas, creme de leite, coalhada, ricota e doce de leite com sabor artesanal. Apesar de parecer muito, o número representa pouco mais da metade da capacidade da fazenda, preparada para atender a alta demanda de consumo de leite leite e seus derivados na região.
Para dar conta do serviço, a Palma emprega cerca de 170 funcionários, dos quais 70% moram na vila criada nos arredores da fazenda há mais de 25 anos com a ajuda da empresa.
“Buscamos gerar renda e dar moradia digna para nossos funcionários para que eles não precisem percorrer longos trajetos até o trabalho. Aqui temos uma pequena cidade com escola, igreja, mercearia e por aí vai. E lidamos com toda a burocracia de uma pequena cidade com a maior transparência possível”, afirma Wesliane.
A variação de produtos busca atender diferentes demandas do público que busca alimentação fresca de produção local, já que a fazenda fica localizada em Luziânia-GO (cerca de 60km de Brasília), e preocupado com a procedência do que está consumindo.
A linha premium é composta por Queijo Minas Padrão, Queijo Prato, Queijo Tipo Cottage, Queijo Minas Frescal, Ricota Fresca, Creme de Leite Pasteurizado, Coalhada Natural, Manteiga com e sem sal e Doce de Leite.