O resultado é um grande salto na produção paranaense, já que na primeira edição o estado ganhou duas medalhas. O evento foi realizado entre 15 e 18 de setembro em São Paulo.
Os produtos paranaenses concorreram com cerca de 1,2 mil queijos do Brasil e mais 10 países: Suíça, França, México, Panamá, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra e País de Gales.
“Esse reconhecimento é mais do que um prêmio. É um atestado do compromisso que os paranaenses têm para fornecer alimentos de altíssima qualidade aos consumidores do Brasil e do mundo. Esse resultado comprova que estamos agregando valor em produtos diferenciados, como os queijos, com capacidade para abrir novos mercados e gerar renda e emprego”, enfatiza Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Para a técnica do Departamento Técnico (Detec) da entidade Luciana Matsuguma, que participou do Mundial em São Paulo como jurada, a cadeia de lácteos estadual está se desenvolvendo, o que proporciona produtos de qualidade. “Estamos incentivando a participação dos produtores e indústrias paranaenses nestes eventos para que percebam a relevância de entrarem nesse mercado. Esse tipo de reconhecimento leva nossa marca para outros Estados do Brasil e também para outros países”, explica a técnica.
Seis medalhas para Paranavaí
Um dos destaques da premiação internacional foi a marca Lita, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná. No total, seis queijos produzidos em uma propriedade de 36 hectares receberam medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e duas de bronze. Por enquanto, o negócio é familiar, com Talita Feuser cuidando da parte administrativa e marketing, e os pais Genecio e Deleusa na produção de leite e dos queijos em si.
O negócio começou há quatro anos, quando a família resolveu tirar do papel o sonho antigo de produzir queijo. Apesar do envolvimento com leite há mais de 20 anos, o projeto Feuser ficou maturando, até que os pais de Talita começaram a testar receitas. “Meu pai começou a fazer queijos, com erros e acertos, até que, em 2020, resolvemos fundar a queijaria. Assistimos a muitas lives sobre queijos e fizemos um curso com mestre queijeira”, conta Talita.
Hoje, a família possui 30 animais em lactação, o que rende 300 litros de leite por dia, que são transformados em diversos tipos de queijo: cremoso intenso e suave; maturado intenso e suave; meia-cura e o gran reserva, um tipo especial com tempo diferenciado de maturação.
“Quatro anos atrás, estávamos quase desistindo do leite. Agora, temos o desejo de expandir, ampliar para 500 litros [de leite por dia] e ir aumentando a produção”, projeta Talita.
Ribeirão Claro: duas medalhas
Outra queijaria paranaense que teve destaque produz os queijos Cura Júnior (medalha de prata) e Senhor Cura (medalha de bronze), de Ribeirão Claro, no Norte Pioneiro. Há oito anos, Luiz Henrique Pedroso, dentista de formação e queijeiro recém-descoberto, comprou um sítio buscando um lugar para descansar aos fins de semana. Aos poucos, foi descobrindo o universo dos lácteos, comprou algumas vacas e entrou no ramo da bovinocultura de leite.
Com o passar do tempo, percebeu que seu produto se diferenciava em qualidade, mas não era remunerado por isso. Resolveu, então, fazer uma pergunta ao Google: “como produzir queijo?”. Depois dessa busca, foi fazendo testes e conheceu fazendas em Minas Gerais, até que o resultado chegasse a novos queijos com reconhecimento.
“Imaginei ter um sítio para ficar tranquilo, e hoje estou fascinado pelo mundo dos queijos, inclusive pela solidariedade e generosidade em dividir o conhecimento entre os colegas”, diz Pedroso. “Ficamos felizes, além da premiação, pelo reconhecimento do nosso trabalho. Temos vários queijos paranaenses premiados, que foram penalizados pela dificuldade de legalização, e agora essa realidade está mudando”, enfatiza.
Prêmio Queijos do Paraná está com inscrições abertas
Idealizado e promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Sebrae-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Sindileite-PR, o Prêmio Queijos do Paraná, a maior premiação nacional deste gênero, é voltado tanto a queijeiros artesanais quanto à indústria. No total, são 19 categorias, para produtos à base de leite de vaca, leite de cabra, leite de ovelha, leite de búfala e uma categoria para criações, como queijos aromatizados ou condimentados. Outras 28 entidades apoiam a iniciativa.
Além de avaliar e condecorar os queijos, o prêmio também contempla uma série de ações voltadas ao desenvolvimento do setor, como a qualificação de produtores de leite, de produtores artesanais de queijo e de indústrias lácteas.
O regulamento completo está disponível AQUI . As inscrições podem ser feitas até 1º de março de 2023, no mesmo site. A avaliação e premiação estão marcadas para 1º de junho de 2023.