Representando um quarto do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Umuarama, a produção relacionada à pastagem injeta mais de R$ 1 bilhão na economia regional.

 

Representando um quarto do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Umuarama, a produção relacionada à pastagem injeta mais de R$ 1 bilhão na economia regional. Porém, essa movimentação econômica começa a ser prejudicada com a seca, frio e a deficiência de tecnologias, para enfrentar a baixa produção de alimento para os bovinos no inverno.

Segundo o agrônomo do Departamento de Economia Rural de Umuarama, Antônio Carlos Fávaro, a área de pastagem de Umuarama é de 500 mil hectares, com rebanho de 1 milhão de cabeças. Mas com a seca e o frio das últimas semanas, cerca de 250 mil hectares estão comprometidos e consecutivamente o gado sofre com deficiência de alimentação.

“A geada e a seca acabou danificando a pastagem para a região de Xambrê, Altônia e Alto Piquiri. Para o lado de Cruzeiro do Oeste e Nova Olímpia o frio não foi tão intenso e ainda existe pasto verde”, disse Fávaro.

O agrônomo explica que tal situação acaba agravando os valores da taxa de desfrute, que seria quantos animais são abatidos do rebanho total. “Nossa taxa de desfrute já é baixa com 30%, ou seja, para cada 100 bois no pasto, se mata 30. Isso dá quase quatro anos para abater um animal promovendo prejuízo não só para o produtor, mas para a economia regional”, alertou.

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Segundo o agrônomo do Departamento de Economia Rural de Umuarama, Antônio Carlos Fávaro, a área de pastagem de Umuarama é de 5 mil hectares, com rebanho de 1 milhão de cabeças

Produção de Leite

Ao contrário de alguns produtores de gado de corte, o produtor de leite está mais preparando para o frio. “O produtor de leite já tem a consciência que precisa se preparar para o frio. Ele consegue suprir no coxo, e no inverno acaba tendo mais produção de leite, mas aumenta o custo de produção”, ressaltou.

O melhor caminho

Mesmo com muitos pastos secos, Fávaro ressaltou que existem produtores na região que são exemplo. “Há tempo estamos batendo na tecla da integração lavoura/pecuária. Como também existem outras tecnologias para evitar essas perdas no inverno. Temos exemplos aqui na região de pastagem que estão verdes, mesmo com a geada e a seca, pois o produtor utiliza técnicas de reforma de pasto ou integração. O que permite alimento mesmo no inverno rigoroso”, contou.

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O agrônomo explica que tal situação acaba agravando os valores da taxa de desfrute, que seria quantos animais são abatidos do rebanho total

Pecuária de ponta

Pecuarista e presidente da Sociedade Rural de Umuarama (SRU), Milton Gaiari pode ser chamado de empreendedor do campo. Percebendo a mudança do mercado da carne, Gaiari vem investindo no sistema de confinamento. Hoje o produtor com um barracão de mil metros quadrados está abatendo 600 cabeças por ano e mais 300 no sistema convencional. “O pecuarista, como em qualquer outro ramo da agricultura, precisa se profissionalizar. É preciso produzir o ano todo e atender as exigências do mercado. Hoje temos uma carne com 100% de cobertura e qualidade de ponta”, disse.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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