Quais são as tecnologias adotadas na pecuária 4.0?
Desde o século passado, a pecuária é conhecida por utilizar tecnologias como inseminação artificial, testes de progênie e outras que auxiliavam o produtor a ter mais assertividade em sua produção. Mas no contexto da pecuária 4.0, cada vez mais novos itens e sistemas têm facilitado a vida do pecuarista e trazido precisão às fazendas. Algumas delas são:
Softwares para controle de manejo: Já existem no mercado brasileira diferentes agtechs que oferecem softwares deste tipo, como iRancho, Jetbov, Bovexo e outras. A ideia é que informações como extrato do rebanho, produtividade e análises zootécnicas fiquem reunidas em um único lugar com gráficos e relatórios para facilitar a decisão do pecuarista.
Telemetria: Esta tecnologia ajuda o produtor a otimizar a alimentação dos animais da propriedade ao indicar as melhores áreas de pasto. A telemetria também transmite dados que informam como o solo pode ser melhorado para que a pastagem seja produzida na quantidade ideal.
Drones: Com câmeras de boa qualidade e pequeno porte, os drones também ganharam espaço na pecuária 4.0. São utilizados para o monitoramento do rebanho, facilitando a identificação de fugas e também falhas na cerca que podem trazer prejuízos ao produtor.
Sensores IoT: Utilizados em colares inteligentes, os sensores IoT ajudam a medir e registrar informações ligadas à saúde dos animais da propriedade. Alguns colares já indicam dados como período de ovulação, comportamento do animal e incidência de alguma doença. Essas informações podem ajudar a reduzir o gasto com mão de obra e facilitar a manutenção do bem-estar animal nas fazendas.
De que maneira ela está impactando o Brasil?
Seja para a pecuária de corte ou a leiteira, a adoção das tecnologias 4.0 em busca de uma fazenda sustentável tem trazido uma série de benefícios em produtividade e/ou rentabilidade para as fazendas. Os resultados podem variar de acordo com questões de produção além da implementação das novas ferramentas, mas alguns levantamentos realizados recentemente já reforçam que as máquinas digitais vieram para ficar e trazem algum tipo de retorno.
Para a pecuária leiteira, o mais recente Índice Ideagri do Leite Brasileiro, estudo publicado em meados de 2021 que entrevistou 1.144 propriedades, mostrou que os rebanhos que funcionam com software de gestão e outras tecnologias tiveram um incremento de 11,1% desde 2018, elevando a produtividade à média de 29,81 quilos de leite produzidos por animal diariamente.
A produção de carne também é beneficiada pela implementação do 4.0 e pode trazer resultados diretos para a rentabilidade. Um estudo realizado neste ano pela Embrapa Pecuária Sul (RS) indicou que a pecuária de corte que utiliza ferramentas de precisão, aliada à produção de soja e azevém, impulsionou os resultados financeiros de pecuaristas em cerca de 24%.
Considerando o mais recente levantamento do Instituto de Métricas Agropecuárias, realizado em 2020 com cerca de 447 fazendas, a rentabilidade mínima da atividade seria de R$ 600 por hectare. Ou seja, a utilização de drones, sensores e softwares em sistemas de produção integrados poderia impulsionar o resultado de fazendas de corte a pelo menos R$ 840.