Um estudo conduzido na Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos, interior do estado de São Paulo, apontou que a inserção, ou manutenção, de árvores nos piquetes aumenta a produtividade de diferentes categorias animais dentro da porteira.

Um estudo conduzido na Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos, interior do estado de São Paulo, apontou que a inserção, ou manutenção, de árvores nos piquetes aumenta a produtividade de diferentes categorias animais dentro da porteira.

Em entrevista concedida ao Giro do Boi para a série Embrapa em Ação, o médico veterinário e doutor em produção animal Alexandre Rossetto Garcia, pesquisador da unidade, contou os detalhes do experimento. O primeiro passo foi usar um termógrafo, equipamento que poder fazer a mensuração da temperatura superficial dos animais, comparando a temperatura média entre lotes em sistema rotacionado convencional com os que estavam em área de ILPF. “Nos últimos trabalhos que a gente tem feito, a gente tem notado diferenças de temperatura de 1,5 a 2º C a menos na temperatura da superfície corpórea dos bovinos quando criados em sistemas sombreados”, quantificou Garcia.

Os animais usados no experimento foram da raça Canchim, sintético desenvolvido justamente na Embrapa Pecuária Sudeste de pêlos curtos, assentados e claros. O pesquisador disse acreditar que em animais com pigmentação mais forte, como os bovinos meio-sangue Angus, por exemplo, esta diferença por aumentar ainda mais por conta de a cor mais escura absorver mais calor.

E como esta redução da temperatura corporal resulta em aumento de produtividade? O pesquisador explicou quais são os benefícios para os machos reprodutores. “Os animais que têm uma capacidade de maior termorregulação corpórea, principalmente da termorregulação da região do escroto e dos testículos, normalmente têm uma qualidade seminal maior. Isso acontece porque para a formação do sêmen, dos espermatozóides, para que as células que compõem o sêmen sejam liberadas, os testículos precisam necessariamente, nos bovinos, funcionar a uma temperatura entre 2 a 6º C mais baixa do que a temperatura interna corpórea desse animal. A temperatura interna dele depende da capacidade da troca de calor que ele tem com o meio. Quanto menos eficiente ele é para fazer esta troca, mais energia térmica ele acumula e maior vai ser a dificuldade que ele tem de manter a temperatura dentro do escroto, portanto, nos testículos, naquela faixa mais adequada para formação dos gametas”, detalhou o veterinário.

No experimento conduzido com novilhas, os pesquisadores descobriram, por meio de coleta de sangue, que o nível de cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, era significativamente menor nas fêmeas jovens criadas na ILPF. “O estresse que os animais sofrem em uma área não sombreada é muito menor do que quando eles estão em uma área sombreada”, resumiu Garcia. Deste modo, as novilhas aproveitam melhor seu tempo com pastejo e ruminação, criando condições ganho de peso, o que beneficia o bezerro e sua própria recuperação de escore de carcaça.

“Nós também desafiamos as vacas a parirem já no sistema sombreado e comparamos com um lote de vacas que pariu no sistema convencional rotacionado. […] O retorno do peso dos animais que estavam na área sombreada foi muito mais rápido do que as fêmeas de primeiro parto que estavam em área não sombreada”, informou.

A produtividade das fêmeas foi convertida também em quilos de bezerro desmamado. “No desmame, o peso dos bezerros foi 5% maior do que aqueles que estavam em uma área não sombreada”, relatou. Garcia esclareceu que isto ocorreu porque em condição menor de estresse da mãe, além de pastejar e ruminar mais, as fêmeas também encontram situação favorável para produção de leite.

Embora não tenha sido feito experimento com o manejo reprodutivo em sim dentro do sistema para verificar aumento de taxa de prenhez, por exemplo, o pesquisador citou que foi feita coleta de embriões das fêmeas, com resultados melhores nos lotes em sistema com piquete sombreado.

Veja a reportagem completa no vídeo abaixo:

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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