Segundo o Cepea, o Índice de Captação Leiteira (Icap-L) subiu apenas 2,25% de outubro para novembro, porcentual abaixo das estimativas do setor.
Este ano foi atípico para o setor de lácteos, com sustentação dos preços no campo, em decorrência da oferta limitada e do aumento da competição entre os laticínios para assegurar mercado
Na ponta da demanda, o contexto é de consumo retraído. Como resultado, os preços ao produtor não seguiram a tendência sazonal. O Cepea explica que, entre julho e agosto (pico de entressafra), houve queda nos valores devido ao baixo consumo e às margens espremidas da indústria, enquanto que no último trimestre (início da safra) o atraso das chuvas no Sudeste e Centro-Oeste limitou a recuperação da produção e as cotações ficaram estáveis.
No balanço de 2019, os preços registraram alta acumulada de 6,3% ao longo do ano, em termos reais. A média anual do preço do leite, deflacionada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, foi de R$ 1,4219 por litro, valor 6,5% acima da média de 2018.
Projeção
O aumento dos preços dos grãos neste fim de ano pode diminuir o potencial de crescimento da atividade leiteira nos próximos meses. “Além disso, as cotações atrativas no mercado de gado de corte têm incentivado o abate de vacas”, pontua o Cepea.
Os analistas do instituto acreditam que a elevação nos preços de bezerro para reposição no mercado de corte também pode incentivar a criação em fazendas leiteiras, o que significa destinar parte da produção de leite para a alimentação desses animais. “A expectativa de agentes consultados pelo Cepea é de que o volume de captação em dezembro permaneça estável em relação a novembro, o que pode sustentar as cotações de janeiro. Deve-se levar em conta que a produção do Sul do País tende a cair entre dezembro e fevereiro, o que pode ajudar a manter os preços firmes no início de 2020”, estimam.