A Prodap dá mais um passo porteira a dentro com o lançamento da primeira inteligência artificial voltada à pecuária de corte e de leite: a Lore. Desenvolvida pela empresa com sede em Belo Horizonte (MG), a Lore foi construída 100% por especialistas em tecnologia e ciência animal brasileiros.
De acordo com a empresa, a solução amplia a capacidade de gestão de fazendas em todo o Brasil, porque coleta, analisa e interpreta diversos indicadores produtivos, a partir dos quais sugere ações efetivas para os produtores, como emissão de alertas e estratégias para otimizar a engorda. A captação de dados e as análises são ininterruptas, e podem ser acessadas por smartphone, tablet ou computador.
“A Lore analisa um volume de dados muito grande e correlaciona várias informações, nenhum ser humano consegue fazer isso. Ela responde dúvidas do produtor, por exemplo, se vale a pena aumentar o rebanho em determinado momento”, afirma Leonardo Sá, CEO da Prodap.
Segundo o executivo, a projeção de investimento no setor de tecnologia da Prodap é de R$ 40 milhões nos próximos dois anos. Até o momento já foram investidos cerca de R$ 5 milhões na inteligência artificial.
Primeiro passo para o metaverso da pecuária – Para realizar o lançamento e apresentar o produto, durante a ECR 2022 da Scot Consultoria (17 a 19 de maio, em Ribeirão Preto – SP), a Prodap utilizará a tecnologia de realidade virtual. Ao colocar os óculos, o usuário experimenta uma imersão total que simula um ambiente real de fazenda.
“Essa tecnologia representa um ‘game change’ para a pecuária. Queremos empoderar o vaqueiro com transferência de conhecimento, mostrar ao dono da fazenda que ele pode ganhar dinheiro”, destaca Sá. A Lore terá um valor de assinatura que parte dos R$ 14,90 por pacote/usuário/mês.
A inteligência artificial indica se a fazenda tem capacidade para adquirir novas cabeças, relacionando às reservas de pastos e água disponíveis na propriedade e se tem comida suficiente estocada para o confinamento dos animais.
Além disso, faz previsões sobre a necessidade de estocar alimentos, levando em consideração as oscilações dos custos dos insumos no mercado. “A inteligência artificial responde, portanto, se a fazenda está preparada para aumentar o plantel e os impactos que essa decisão acarretará no futuro”, complementa o executivo.
Trata-se de uma ampla plataforma digital de processamento de dados que monitora, produz diagnósticos, gera insights de soluções de problemas, predições de resultados e acompanha todas as informações da fazenda em tempo real. Ou seja, é um sistema que aprende com as informações que recebe e se comunica com o gestor por áudio e mensagens de texto.
Durante a ECR 2022 da Scot Consultoria, no dia 18, Alexandre Bueno, gerente de pecuária da Fazenda Conforto, realizará uma palestra sobre o olhar do gestor, tendo como tema a Gestão dos Indicadores. Já no dia 19, Vitor Alves, da NA Agropecuária falará sobre as estratégias de confinamento, tendo como tema central as Estratégias sustentáveis para manejo de dejetos.
Números da Lore – O projeto piloto que alimentou sua base de inteligência artificial foi implantado em dezembro de 2020. Desde lá, a ferramenta já analisou cerca de 5,5 milhões de cabeças de gado a pasto, cadastradas nas plataformas digitais da Prodap.
Segunda a Prodap, a solução está presente em cerca de 70 fazendas-piloto em todo o Brasil. No total, são mais de 1,3 milhão de hectares gerenciados pela ferramenta em 42 mil pastos.
No último ano, a Lore processou dados referentes a mais de 453 mil animais em 42 confinamentos, cerca de 7% do rebanho confinado do país. Além de gerenciar cerca de um milhão de toneladas de ração animal, coletando dados nutricionais e financeiros para calcular desempenho produtivo.
A Lore atua em fazendas de todos os portes no Brasil e está presente em um dos maiores confinamentos do país, a Fazenda Conforto, em Nova Crixás (GO). Ao todo, acumula cerca de 33 mil interações com humanos, que testaram sua performance, entre conversas, feedbacks e análises. Por meio da solução Prodap views coletou cerca de três milhões de dados produzidos pelas fazendas. Semanalmente são coletadas 51 mil informações.