Para suínos, a fabricação de ração chegou a 4,3 milhões de toneladas, aumento de 4,3% frente ao primeiro trimestre de 2019. A produção de ração bovina chegou a 2,44 milhões de toneladas, volume 5,6% superior. Para gado de leite, a produção de ração foi de 1,53 milhão de toneladas, o que representou um incremento de 5,9%. Já a fabricação de ração para bovinos de corte cresceu 5% e somou 947 mil toneladas.
Para equinos, o volume fabricado foi de 165 mil toneladas, alta de 2,7%. A ração voltada para cães e gatos somou 625 mil toneladas, incremento de 5%. Para a aquacultura foram produzidas 393 mil toneladas de ração, volume 6,4% maior.
O CEO do Sindirações explica que, no início do ano, as estimativas em relação à economia brasileira eram positivas, principalmente, pelos avanços das reformas estruturais. A partir de março, com a pandemia do novo coronavírus, a economia foi afetada, mas a demanda por proteína animal seguiu em alta, o que estimulou a procura e a produção de ração animal.
Auxílio emergencial – Ainda segundo Zani, no mercado interno, apesar do fechamento dos bares e restaurantes e da suspensão de diversas atividades econômicas, a pandemia fez com que o consumo nos lares ficasse maior, uma vez que as pessoas estão em isolamento social. Além disso, o pagamento do auxílio emergencial permitiu que as famílias continuassem a consumir.
“O pagamento do auxílio emergencial tem contribuído para a sustentação da demanda por carnes e ovos, o que estimula a produção de ração para os animais. A estimativa é de que, nos próximos meses, caso o auxílio continue sendo pago, o consumo se mantenha em alta, o que favorece a indústria de ração”.
Além da demanda interna maior, as exportações também estão contribuindo para a maior fabricação de ração. Desde o ano passado, com os casos de Peste Suína Africana (PSA), que dizimou quase metade do rebanho suíno na China, as exportações para o país asiático estão maiores, tanto de carne bovina como suína e de aves.
Exportações – Com a pandemia do novo coronavírus, houve paralisação das atividades industriais em vários países, incluindo frigoríficos, e a necessidade de alimentar a população também estimulou as exportações feitas pelo Brasil, que segue em condições de abastecer o mercado interno e atender a demanda externa.
“Com a pandemia do novo coronavírus, várias atividades na China, Europa e Estados Unidos foram suspensas, por isso, houve uma necessidade maior de importar proteína animal, e o Brasil tem aproveitado a oportunidade e melhorado a performance exportadora”, explicou.
Para o restante do ano, mantendo a cautela, uma vez que os cenários são muito incertos devido às crises de saúde e econômica provocadas pela pandemia, Zani estima que a demanda por proteína animal se sustentará em um patamar que permitirá o crescimento de 3,8% na produção de ração no fechamento do ano.
“Os resultados dependerão da longevidade e magnitude das crises provocadas pelo Covid-19 na saúde e na economia. A tendência é de que o pagamento do auxílio seja estendido por mais alguns meses, mas, quando suspenso, isso irá impactar de forma negativa no consumo de carnes e na indústria de ração animal. Pelo lado do mercado externo, a tendência é de uma demanda ainda alta por parte da China e um acomodação da demanda vinda da Europa e dos Estados Unidos. Imagino que, no ano, se a gente alcançar um crescimento na área de alimentação animal próximo a 4%, seria um número fantástico e imprevisível diante de uma catástrofe que estamos vivendo”, concluiu.