A fartura de doces e salgados feitos a partir do leite é comum na casa de Liseu (72 anos) e Marlene Wentz (67). Especialmente nos finais de semana, quando os quatro netos estão por perto: Vinícius (23), Betina (13), Augusto (12) e João Pedro (6). Sagu com creme de leite, cueca virada, rosca, bolo, cuca, tudo leva um pouquinho do leite produzido na propriedade e um outro ingrediente mais do que especial: amor. “Gosto de cozinhar. É um agrado para a família e para nos reunirmos”, conta Marlene.
A disposição da produtora não é só para a cozinha, mas também para a produção de leite. Ela e a filha Elisângela, 47, cuidam da ordenha na Agropecuária Vô Guido, em Posse Serrito, Victor Graeff. A atividade envolve também diretamente Ricardo, 52, que é marido de Elisângela, e seu Liseu. A sociedade tem ainda a participação do irmão de Elisângela, Eder, 44, e sua esposa Eloísa, 44.
Com o dinheiro gerado pelo leite, Liseu e Marlene já concretizaram muitos sonhos. Conseguiram, por exemplo, pagar as faculdades dos dois filhos: Elisângela é formada em Pedagogia e Eder em Engenharia Agronômica. E agora é com o leite que eles estão conseguindo custear a faculdade de Medicina de Vinícius, filho de Elisângela e Ricardo.
“O trabalho não pode ser um fardo, mas algo que tenhamos prazer de fazer”, afirma Elisângela, lembrando que a família foi uma das primeiras da região a adquirir uma ordenhadeira, há cerca de 35 anos, momento de alegria que ela guarda na lembrança. “Foi algo fantástico na época, pra quem estava acostumado a tirar leite à mão”.
Hoje são 46 vacas em lactação, em sistema de confinamento compost barn, com produção de 30 litros/vaca/dia.
Mais leite para mais famílias
A família Wentz foi uma das responsáveis pela produção de mais de 135 milhões litros de leite na área de ação da Cotrijal em 2020. São mais de mil produtores assistidos pela cooperativa e muitos crescendo em produção. Dentre os produtores que entregam leite para a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), a qual a Cotrijal é associada, o incremento de produção no último ano foi de 57%.
O gerente de Produção Animal da Cotrijal, Renne Granato, aponta que o resultado é fruto de uma postura afirmativa em investir na busca de conhecimento que garanta independência tecnológica e que coloque o produtor no centro de todas as soluções. “Hoje, tudo que há de mais moderno em produção animal no mundo é feito na Cotrijal. Está no nosso DNA a transferência de tecnologia. Sabemos como fazer, como gerar e como transferir”, destaca.