ESPMEXENGBRAIND
20 maio 2025
ESPMEXENGBRAIND
20 maio 2025
Na Fazenda Santa Juliana, localizada no quilômetro 34 da rodovia AM-010, produtores e especialistas se reuniram para trocar conhecimento e plantar tecnologia no curral.
Produtores
Produtores trocam conhecimentos sobre técnicas para aprimorar a produção de leite no Amazonas. — Foto: Breno Cabral/Rede Amazônica

Produtores rurais do Amazonas estão adotando novas técnicas de manejo, melhoramento genético e beneficiamento para transformar a pecuária leiteira. Na Fazenda Santa Juliana, localizada no quilômetro 34 da rodovia AM-010, produtores e especialistas se reuniram para trocar conhecimento e plantar tecnologia no curral.

No campo, o conhecimento chega em quatro paradas: silagem, adubação, ordenha e beneficiamento. A receita pra produzir leite de qualidade começa no pasto e termina no queijo. Para o produtor José Bertholdo, o que não falta é disposição pra fazer dar certo.

“Quando você quer produzir um produto de qualidade, tem que começar com matéria-prima de qualidade. Melhoramos a nutrição, o manejo, a genética, a ordenha e a nossa unidade de beneficiamento. O Sebrae nos apoiou muito, e hoje conseguimos dobrar a produção.”

 

Dobrar a produção é só parte do resultado. O objetivo é garantir constância, mesmo em tempos difíceis. E com o clima mudando, a silagem vira carta na manga pra manter o rebanho nutrido o ano todo, com a silagem feita com capim BRS Capiaçu — uma forrageira adaptada à Amazônia e rica em nutrientes —, além de técnicas modernas de ordenha e cuidados com a higiene na produção de derivados.

 

Genética também entrou no jogo. Com cruzamentos e manejo adequado, o leite começa a fluir melhor e a conta começa a fechar.

“O meio-sangue girolando responde muito bem aqui. Com manejo certo, saímos de uma média de 10 litros pra até 20. E com conforto e nutrição, dá pra chegar a 30 litros por vaca”, diz o veterinário.

 

A transformação não é teoria. Já está no chão de barro, no curral e no tanque de leite. Quem vive disso, sabe.

“Pra mim é um divisor de águas. Hoje, com genética e manejo, a gente enxerga produtividade, eficiência e lucratividade. A gente passa a acreditar mais na atividade, mesmo com as dificuldades climáticas”, revela o pecuarista Caio Michiles.

 

Tratamento adequado com vacas garante leite de qualidade. — Foto: Breno Cabral/Rede Amazônica

Impactos no setor

 

Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), o estado produz cerca de 20 milhões de litros de leite por ano, com destaque para municípios como Itacoatiara, Autazes e Manacapuru. A maioria das propriedades são pequenas, e o investimento em capacitação e manejo é apontado como caminho para aumentar a competitividade e a renda das famílias que vivem da atividade. O presidente da Faea, Muni Lourenço, já vê reflexos práticos.

“O Amazonas lidera o crescimento da produção de leite no Norte. A genética vem melhorando, as tecnologias de manejo estão sendo adotadas, e já temos queijos daqui premiados no Brasil e no mundo. Isso tudo gera emprego, renda e valor agregado no campo.”

 

O conhecimento também vai pro interior, pra quem está começando e pra quem já faz há anos. O que vale é trocar, compartilhar e crescer junto. Na Fazenda Santa Juliana, a porteira está aberta, literalmente. José Bertholdo sabe que o futuro do leite depende de união.

“Eu sempre falo: minha fazenda está de portas abertas. O que eu puder compartilhar, seja planta, conhecimento, técnica, estou à disposição. Só cresce quem cresce junto”, conclui o produtor.

Te puede interesar

Notas Relacionadas

ASSINE NOSSO NEWSLETTER