“O governo Bolsonaro é a nossa última esperança para reestruturar a cadeia leiteira”, diz o produtor gaúcho Rafael Hermann, um dos coordenadores do Movimento Construindo Leite Brasil, ao reforçar os pedidos de apoio ao setor.
construindo leite rafel filho montagem
Setor leiteiro vive momento de desânimo e desespero, diz o produtor gaúcho Rafael Hermann – Fotomontagem: AGROemDIA

 

“O governo Bolsonaro é a nossa última esperança para reestruturar a cadeia leiteira”, diz o produtor gaúcho Rafael Hermann, um dos coordenadores do Movimento Construindo Leite Brasil, ao reforçar os pedidos de apoio ao setor. Para ele, é preciso desonerar os impostos que incidem sobre a atividade dentro das propriedades. Só assim, enfatiza, os pecuaristas de leite poderão ganhar fôlego frente aos altos custos de produção, à elevada carga tributária, à queda dos preços pagos pelos laticínios ao produtor e aos efeitos da pandemia de covid-19.

“Só queremos condições adequadas de trabalho e contamos com o presidente Bolsonaro para resolver os problemas que há mais de 30 anos atrapalham o desenvolvimento do setor leiteiro. Não pedimos subsídios, mas políticas públicas que permitiram equilibrar os custos de produção e a margens de lucro da atividade leiteira. É necessário que possamos ser competitivos para entregar aos consumidores um produto de qualidade, saudável e a preços acessíveis”, pontua o produtor.

A proposta de desoneração de impostos sobre a cadeia leiteira é consenso entre os movimentos Construindo Leite Brasil, Inconfidência Leiteira, Aliança e Ação e União e Ação, entre outros, que reúnem milhares de pecuaristas nas mídias sociais. O apelo para que o governo atenda a reivindicação ganhou força a partir da forte alta dos custos de insumos – como concentrados, milho, farejo de soja e ureia –, das restrições de decorrentes da pandemia e do fim do auxílio emergencial.

“O governo tem que olhar para a gente neste momento de enorme dificuldade. Os custos de produção sobem diariamente, e as indústrias estão baixando os preços do leite pago ao produtor”, ressalta Rafael. “O desanimo e desespero estão tomando conta da base produtora. Se não formos apoiados com urgência, o desmonte da cadeia será inevitável, aumentando o abandono da atividade no campo e fechando pequenos laticínios e queijarias.”

Roleta da sorte

“Os grandes laticínios iniciaram as recentes baixas do preço do leite pago ao produtor e foram seguidos por outros, atingido milhares de famílias de produtores”, prossegue Rafael.         “Essas quedas do preço, aliadas às importações do produto, acentuaram o desequilíbrio no setor.”

Hoje, o setor vive como se estivesse apostando na roleta da sorte, compara Rafael. “Quando vê um hectare de milho sequeiro, com a possibilidade de colher até cem sacas, cada uma cotada a R$ 80, e o preço da arroba do boi também alto, o produtor tem que decidir se vai seguir apostando na roleta da sorte do leite, ou se colhe o grão, em vez de fazer silagem, e transforma o rebanho em carne.”

Ele defende a criação de um mecanismo emergencial para frear a alta de insumos ou, então, linhas de crédito com juros mais baixos para os produtores de leite, além da desoneração de impostos sobre equipamentos e peças de reposição usadas na atividade leiteira. “A tonelada de adubo já está custando R$ 2.240, e a saca de ureia, R$ 115.”

Rafael acrescenta ainda que os problemas climáticos têm igualmente afetado o desempenho da atividade leiteira. “Aqui, no Sul do país, tivemos duas secas seguidas. Quando não é a estiagem, é chuva em excesso. Em outras regiões, o clima também tem prejudicado a produção de leite.”

“Cada pequeno produtor que sai da atividade, são dois ou três empregos perdidos. No caso do produtor médio, são no mínimo seis vagas fechadas. É preciso enxergar isso também”, assinala. “A agricultura familiar é geradora de emprego e renda, mas precisa ter condições de competitividade.”

 

ESG é mais do que uma sigla, é um propósito para o negócio’, diz CEO da Alibra Ingredientes.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER