A exportação de laticínios pode crescer, mas para isso é preciso aumentar a competitividade do produto brasileiro. A afirmação foi feita pelo representante da Associação Brasileira de Laticínios,

 

A exportação de laticínios pode crescer, mas para isso é preciso aumentar a competitividade do produto brasileiro. A afirmação foi feita pelo representante da Associação Brasileira de Laticínios, Marcelo Costa Martins, na audiência pública da Subcomissão Permanente do Leite, da Comissão de Agricultura da Câmara, nesta terça-feira (29). O evento debateu o acordo com os chineses e a situação dos produtores de leite brasileiros.

Segundo Marcelo Martins, a expectativa é de aumentar as exportações de queijos, leite em pó e leite condensado em R$ 17 milhões.

“Recebemos semanalmente demandas de traders que querem importar produtos lácteos brasileiros e, quando as empresas passam os valores de cotação de leite em pó, o nosso não é competitivo”, diz ele.

Representante da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges lamentou a ausência do Ministério da Economia no debate. Segundo ele, o leite em pó brasileiro custa, no mercado asiático, 20% a 40% mais caro.

Controle de preços
Para Paulo do Carmo Martins, da Embrapa, as políticas de controle do preço do leite em governos anteriores levaram a uma estagnação dos investimentos no setor leiteiro. Na avaliação dele, o acordo de exportações também pode ajudar a controlar os preços no mercado interno, gerando mais estabilidade ao produtor e à indústria na hora de definir seus investimentos.

Recém-chegado de uma viagem à Ásia, o representante do Ministério da Agricultura Leandro Diamantino Feijó disse que os chineses estão atentos à qualidade do produto brasileiro. Segundo ele, não houve questionamentos da China sobre a situação ambiental do Brasil.

“A gente não pode se enganar que nós vamos produzir de qualquer jeito e colocar isso no mercado chinês. Eles estão de olho no nosso trabalho. Então, se faz necessário que o governo brasileiro e que o setor privado se mantenham vigilantes no cumprimento daquilo que foi acordado”, disse Feijó.

Papel da Câmara
Autor do pedido para a realização da audiência, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC) acredita que a Câmara tem papel importante na melhoria de competitividade.

“Temos que sensibilizar o Governo para ter uma política de mais apoio, principalmente na área de assistência técnica e infraestrutura, e dar mais apoio ao nosso produtor de leite.”

Oportunidade
Uma janela de oportunidade está no acordo Mercosul-União Europeia, que, embora só deva ser assinado no segundo semestre do ano que vem, serve de horizonte para a preparação de diferentes setores econômicos.

Para o representante do Ministério das Relações Exteriores Alexandre Ghisleni, com o devido investimento e apoio governamental, quando o acordo estiver plenamente válido, o setor lácteo poderá estar muito diferente e talvez até ter subido na posição entre os maiores produtores e consumidores de laticínios. Hoje, estamos entre os cinco maiores.

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