LEI – Durante o encontro, vários assuntos foram abordados; entre eles, a Legislação Brasileira para o setor do leite e a sua aplicabilidade. Os produtores precisam manter uma organização e melhorar a sua representatividade. Conforme o presidente da Associação, o grupo elaborará um documento – considerado oficial – para colocar na mesa de discussão com os outros elos de produção. “Se existe uma Lei, ela precisa ser cumprida. Há 45 anos, ‘escuto’ a mesma história que o produtor de leite não sabe o quanto vai receber. Chegou o momento que devemos dar um basta!”.
A Lei Federal refere-se aos regulamentos técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A. Uma sugestão apresentada diz respeito a educação continuada dos produtores rurais e ela deve abranger: padrões mínimos para instalações e equipamentos de ordenha e refrigeração preconizados pela empresa; manejo de ordenha; qualidade de água da propriedade rural; controle sanitário do rebanho e adoção de ações corretivas em relação ao leite dos produtores rurais que não atende as exigências legais, incluindo o estabelecimento de metais para melhorias dos índices da qualidade do leite.
Também existe a necessidade da seleção e da capacitação dos transportadores de leite e agentes de coleta de amostras e critérios para seleção e destinação da matéria-prima. Saul afirma que se a legislação fosse cumprida já seria algo positivo. “Precisamos compreender que não conseguimos fugir da política. Existem pessoas que elaboram as leis para o nosso segmento e nós precisamos nos envolver mais”.
Outra problemática presente na legislação brasileira é referente aos produtos substitutos do leite. Saul cita como exemplo que a Lei permite as indústrias produzirem um leite de soja. “Na minha opinião isso não poderia ocorrer, porque quem produz leite é a vaca”.
ENCAMINHAMENTOS – O produtor e vereador, Valdir Rossetto, complementa que o maior impacto, realmente, está relacionado ao custo de produção. “É necessário analisar como é possível diminuir os valores de impostos e de taxas. Por exemplo, a energia elétrica, o Governo do Paraná tem subsídio ao produtor. “Nós devemos nos unir e lutarmos pelos nossos pedidos”.
Rossetto ainda enfatiza que o produtor trabalha para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Mundo. “Precisamos ter valorização. Vamos colocar no papel todas as demandas para apresentarmos na Assembleia Legislativa”.
Saul esclarece que as ideias apresentadas no encontro serão contempladas em um documento oficial e solicita que os presidentes de Associações o assinem. “Assim, conseguiremos seguir em frente e mudar esse cenário. O diálogo com a indústria deve ser permanente e ninguém deseja romper com a indústria. Precisamos que o varejo entenda que precisa da indústria, a qual precisa do produtor rural”.
Participaram do encontro representantes de Associações de Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Missal, Itaipulândia e Serranópolis do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Nova Santa Rosa, Moreira Sales, Umuarama, Rebouças, Marmeleiro, Juranda, Sudoeste do Paraná, Boa Esperança, Pião, São Jorge do Oeste, Ararauna, Nova Cantu, Joaquim Távora, entre outras.