O Inconfidência Leiteira, um dos grupos de reúne produtores nas mídias sociais, reforçou nesta quinta-feira 4 o pedido ao governo federal de medidas de apoio à cadeia do leite, que vive um momento de adversidades decorrentes dos altos custos de produção, das recentes quedas do preço pago pelos laticínios aos pecuaristas leiteiros e das alta carga tributária, além das consequências impostas pela pandemia de covid-19. Em sua página no Facebook, o Inconfidência Leiteira reivindica a retira de impostos sobre os insumos da cadeia de leite, a maior parte cotados em dólar.
“Estamos tentando desesperadamente medidas governamentais que diminuam os custos de produção. Estamos no meio de uma pandemia global, sem expectativa de imunização acelerada da população (em Minas Gerais, na velocidade que estamos vacinando, vai demorar anos para imunizar os mineiros)”, diz a publicação.
O grupo acrescehnta: “Estamos com restrição do comércio, desemprego assustador, fim do auxílio emergencial, várias empresas fechando as portas em definitivo. O agroleite não parou, não para, estamos aqui produzindo alimento. Ou tentando produzir alimento e nossa renda para sobreviver.”
Além disso, os produtores de leite também pedem para o governo frear as importações de leite, especialmente dos países do Mercosul.
Leia, abaixo, a integrada da publicação do Inconfidência Leiteira:
“CUSTO e MARGEM
Como já era esperado, 2021 vem apertando o estômago de todos os produtores de leite do Brasil. Do menor ao maior, todos estão sentindo na pele os custos de produção subindo de forma desenfreada.
Na outra ponta, os indicadores de preço mostram a estagnação econômica do poder de compra do consumidor. Conseleites indicam baixa, Cepea indicando baixa.
Todos os índices de mercado indicam alta de preços, como IPCA, IGP-M. Corroborando com aumento significativo dos custos de produção.
Estamos tentando desesperadamente medidas governamentais que diminuam os custos de produção. Estamos no meio de uma pandemia global, sem expectativa de imunização acelerada da população (em Minas Gerais, na velocidade que estamos vacinando, vai demorar anos para imunizar os mineiros).
Estamos com restrição do comércio, desemprego assustador, fim do auxílio emergencial, várias empresas fechando as portas em definitivo.
O agroleite não parou, não para, estamos aqui produzindo alimento. Ou tentando produzir alimento e nossa renda para sobreviver.
Nossos mercados foram abertos, não acho ruim, concordo que precisamos abrir para comprar e vender. Mas ninguém sabia que uma pandemia global ia bater a nossa porta. E, sendo assim, precisamos adequar as regras para o momento que estamos vivendo. Tirem os impostos das importações de insumos.
Precisamos que o governo entenda que medidas protetivas para o nosso produtor de leite são necessárias, precisamos desonerar os setores antes da porteira para que o produtor consiga respirar, para que as contas fechem e que nós tenhamos MARGEM. (Estamos falando há meses que precisamos de custo baixo de insumos para alimentar e cuidar de nossas vacas)
A MARGEM é fundamental para manter todo o leite nacional em desenvolvimento, crescimento, evolução e principalmente competitivo.
Estava estudando e vi mercado global com tendência de aumento de preços, EUA comemorando aumento de exportações para o sudeste asiático, produtores da NZ [Nova Zelândia] falando que indústrias estão renegociando contratos com tendência de aumento.
E nós estamos presos a uma metodologia do século XIX, com produtores desmantelando seus negócios e encerrando sua atividade.
Brasília parou para votar os líderes de Congresso e Senado e agora estão discutindo quem fica com qual cadeira aqui e ali. Mas o agroleite não parou. O agroleite não para nunca e precisamos do ministério da Economia e do Mapa para nós ajudar a fechar as contas.
O Inconfidência Leiteira não está aqui simplesmente digitando um texto com um monte de blá blá blá, tem 4 meses que estamos dentro do Mapa discutindo todos esses assuntos pautados neste texto, estamos discutindo um plano do governo para cadeia leiteira e, apesar da abertura para a discussão, sentimos uma evolução lenta, praticamente nula.
O que foi feito pelo leite desde 2019? Qual foi a medida governamental que efetivamente ajudou o produtor?
O produtor de leite, o agroleite, abastece o mercado nacional, mercado interno, nós do agroleite alimentamos BRASILEIROS!
NÓS NÃO ESTAMOS SURFANDO NA ONDA DAS COMODITIES, NA VERDADE ESSA ONDA ESTÁ NOS AFOGANDO!”