“Temos um sistema montado que é resistente. Conseguimos pastagem para os animais porque armazenamos durante o ano, mas a continuar assim vai esgotar. Se não houver produção de cereais, se não tivermos água para regar, vai ser muito complicado”, explica ao CM o agricultor, lembrando que com a seca extrema os preços estão a subir, mas o do leite mantém-se – e é dos mais baixos na Europa. “Vamos pagar o adubo mais caro, a eletricidade mais cara e vamos continuar a receber, se não houver um aumento imediato do preço do leite, uma miséria”, lembrou.
Nos últimos dias tem chovido, mas não o suficiente para acabar com a falta de água. “A chuva dos últimos dias já é uma luz ao fundo do túnel, mas está longe de ser suficiente”, disse o agricultor, que deixa um apelo ao Governo. “Devem olhar mais para um setor como o nosso, somos sempre muito penalizados”, explicou.
A previsão do Instituto Português do Mar e Atmosfera para este sábado aponta a possibilidade de aguaceiros no Alentejo, depois de nos últimos seis dias ter chovido diariamente em Viana do Castelo (48,1 litros por m2) e no Porto (25,8). Valores correspondem a sensivelmente um terço do habitual em feveiro.