Na época, os produtores belgas pulverizaram três milhões de litros de leite no mesmo campo onde se manifestaram ontem (16/09).
“Estamos exatamente na mesma situação que os produtores de leite há dez anos, quando já não tinham cotas e tinham de trabalhar abaixo dos custos de produção. Eles estavam perdendo dinheiro ao produzir leite”, disse o agricultor Jean-Jo Rigo.
Cerca de 600 tratores provenientes da Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda fizeram parte da marcha de protesto. Os produtores querem de volta as cotas de produção, na esperança de que levem a um aumento dos preços.
O jornalista da Euronews, Jack Parrock, relata que a diferença entre este protesto e o de há dez anos é que não foi apenas os produtores de leite que trouxeram tratores. Vieram suinocultores, produtores de ovinos e agricultores que estão descontentes com os preços.
Os agricultores dizem que os acordos comerciais da União Europeia com o Canadá e com o Mercosul estão inundando os mercados europeus e que os cidadãos devem boicotar todos os produtos importados e só fazer compras a nível local.
“A política agrícola é a única que está totalmente integrada na União Europeia, e além disso, é usada pelos negociadores comerciais europeus como alavanca nos tratados internacionais”, afirma o dirigente da FUGEA (Federação Unida de Grupos de Criadores e Agricultores), Hugues Falys. A Comissão Europeia lançou, recentemente, um conjunto de medidas destinadas a reforçar a transparência, em matéria de preços dos produtos.
Os produtores dizem que se não forem tomadas mais medidas para apoiá-los, quando a política agrícola da União for renovada depois de 2020, continuarão ‘olhando para os políticos com azedume’.