O webinar contou com o apoio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e a participação do adido agrícola do Brasil em Washington, Filipe Lopes.
Na abertura do encontro, a coordenadora de Promoção Comercial da CNA, Camila Sande, afirmou que o Brasil é o terceiro maior produtor de lácteos do mundo, com aproximadamente 36 bilhões de litros de leite produzidos em 2020. Segundo ela, o consumo anual por habitante é de 173 litros de leite. Nos Estados Unidos, esse consumo chega a 296 litros por habitante ao ano.
“Os EUA é um mercado com muito potencial e certamente tem espaço para os produtos lácteos brasileiros. A ideia do seminário foi discutir como podemos qualificar a presença dos produtores brasileiros nesse mercado”, disse Camila.
O adido agrícola em Washington, Filipe Lopes, foi o convidado para falar sobre as principais características comerciais do país americano e as oportunidades para o setor de lácteos. “Os EUA são uma sociedade de consumo avançada e possuem um mercado bastante desenvolvido, voltado para produtos de consumo direto”.
De acordo com Lopes, a projeção da produção total de leite dos Estados Unidos para 2021 é de 103,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% quando comparado a 2020. Com relação ao perfil de importação americana, o adido informou que o país importa US$ 103 bilhões em produtos disponíveis para o consumo direto, sendo os produtos lácteos responsáveis por 3,08% (US$ 3,3 bilhões) desse total.
Em sua apresentação, Filipe também destacou os principais concorrentes do Brasil no mercado de lácteos dos EUA: os europeus concentram a pauta exportadora e são grandes concorrentes em razão das preferências tarifárias; a Argentina é o maior exportador sul-americano e possui cotas específicas e o Chile tem acordo tarifário com os norte-americanos.
“Para produtos exportados pelo Brasil os principais competidores são os europeus e parceiros da América do Norte. O Chile é o maior concorrente quando o assunto é leite condensado. Queijos maturados é a Itália, leite e creme de leite o México, manteiga é a Irlanda, leite em pó também o México e iogurte o Canadá”, explicou Lopes.
Por fim, o adido agrícola em Washington afirmou que nos Estados Unidos há uma previsão de aumento da produção e das exportações de produtos lácteos, especialmente manteiga, devido aos preços competitivos. Também há estimativa de redução nas importações de “butter fat” e concentrados proteicos de leite.
Para os interessados no mercado americano de lácteos, Filipe Lopes alertou que o câmbio e a diferenciação do produto são fundamentais. “A promoção de produtos atualmente é limitada por causa da pandemia, então o ideal é focar no longo prazo e pensar em coordenação logística”.
O diretor executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, foi um dos debatedores do seminário e destacou que o Brasil tem aumentado as exportações de lácteos para os EUA, mas ainda há potencial para expandir. “Precisamos trabalhar com um olhar à frente e buscar estratégias para sair do mercado da saudade”.
Já o analista técnico econômico da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Fernando Pinheiro, disse que o país americano é um mercado consumidor forte, que sabe o que quer. “Os EUA não quer commodity ou produto a granel, ele quer algo pronto para o consumidor. É muito importante saber o que o cliente quer e, principalmente, quem são os concorrentes”.
Projeto Agro.BR – É uma iniciativa da CNA e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) voltada para a internacionalização do agro brasileiro. O Projeto auxilia empresários do setor, viabilizando negócios internacionais para aumentar a presença de pequenos e médios produtores no comércio exterior, além de diversificar a pauta de exportação brasileira.