A propriedade rural da família Zanetti, localizada em Coronel Freitas no Oeste catarinense, foi reconhecida a melhor em qualidade leiteira pela indústria de lácteos Piracanjuba (Maravilha/SC).

A propriedade rural da família Zanetti, localizada em Coronel Freitas no Oeste catarinense, foi reconhecida a melhor em qualidade leiteira pela indústria de lácteos Piracanjuba (Maravilha/SC).

Esse foi o resultado da dedicação dos produtores rurais em melhorar e aumentar a produtividade de leite por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), em parceria com o Sindicato Rural de Chapecó. Mais de 3,3 mil pessoas do sul do País concorreram a sétima edição do prêmio, que foi entregue em janeiro.

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Para serem consagrados, os proprietários do estabelecimento rural, Glaucia Marlene Zanetti e Javan Maestri, cumpriram com os seguintes critérios de avaliação: maior teor de gordura e de proteína do leite, menor Contagem Bacteriana Total (CBT), menor Contagem de Células Somáticas (CCS) e fornecimento de leite no período mínimo de 12 meses.

“A implementação da metodologia ATeG foi fundamental para atingirmos os parâmetros de qualidade. Quando iniciamos o programa, eu não sabia o que era a CCS. Então, o técnico nos ensinou a monitorar. Todos os meses coletamos e enviamos o leite para a análise. Quando o resultado é alto, destinamos esse leite para os bezerros e após três meses refazemos o teste nesse animal. Esse é um exemplo do nosso aprendizado no programa. O prêmio foi resultado desse trabalho e foi gratificante, pois nos incentiva a melhorar cada vez mais”, explicou Glaucia.

Em abril de 2017, a família Zanetti ingressou no programa ATeG e, desde então, recebe consultoria técnica e gerencial pelo técnico Willian Maurício Radavelli, com acompanhamento do supervisor técnico Fernando da Silveira e do supervisor da região Oeste do Senar/SC Helder Jorge.

Para avaliar os resultados da assistência técnica foi diagnosticada a média de produção de leite, que no primeiro período foi de 119,25 litros/dia, somando 3.627,25 litros/mês. No segundo período (2017/2018), esses indicadores elevaram 46,17%. A produção média de leite passou a ser 174,31 litros/dia, totalizando aproximadamente 5.301,91 litros/mês. A receita desse estabelecimento rural aumentou 256,78% nesse período.

De acordo com o técnico da ATeG, para obter esses resultados foram aplicadas metodologias para a melhoria no manejo, na nutrição animal, na temperatura da água, na sanitização e na higienização dos equipamentos de ordenha, considerando o uso de detergentes e de papel toalha.

“Os produtores rurais tiveram a oportunidade de participar da ATeG em duas fases diferentes. O crescimento atingido no primeiro período foi fundamental para que pudesse ser realizado um novo diagnóstico, visando resultados ainda mais eficientes. As técnicas desenvolvidas sucederam na valorização do produto e do preço pago para a família”, ressaltou Radavelli.

No período de 2019/2020, quando foi aplicado novamente a metodologia, o acréscimo da média de produção de leite foi de 71,97%, em comparação dos resultados apresentados no segundo semestre da primeira etapa da assistência técnica e gerencial, representando 299,75 litros/dia e 9.117,25 litros/mês. “A gestão foi bem importante para o controle dos resultados. Antes de iniciar a ATeG não eram monitoradas as receitas e as despesas. Agora sabemos cada centavo do que gastamos e investimos.  Se todas as propriedades tivessem essa oportunidade, com certeza colheriam bons frutos”, destacou Glaucia.

O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, enalteceu que a ATeG iniciou em 2016, com o objetivo de promover o desenvolvimento das propriedades, gerando melhorias na gestão, no manejo, na alimentação, nas instalações, na nutrição e na qualidade do produto. “Os técnicos e produtores rurais desenvolvem o diagnóstico, o planejamento, a adequação tecnológica, a formação profissional do produtor e a análise de resultados. A premiação foi em decorrência da dedicação dos proprietários, da aplicação dessa metodologia e do reconhecimento da excelência do trabalho”, ressaltou.

O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, parabenizou as ações desenvolvidas por produtores rurais, técnicos, coordenadores e equipe da ATeG. “A família Zanetti representa o trabalho dos produtores rurais que aderiram ao programa. O reconhecimento foi consequência da dedicação e das atividades que fazemos visando o desenvolvimento diário das propriedades e dos bons resultados”, afirmou.

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De acordo com a coordenadora estadual de assistência técnica e gerencial Paula Araújo Dias Coimbra Nunes, o programa é desenvolvido em duas fases. Na primeira, cada técnico de campo atende até 30 propriedades rurais por mês durante dois anos. As visitas mensais têm duração de quatro horas. Na segunda fase, as visitas são bimestrais no período de 24 meses. Atualmente, mais de 4.000 produtores são atendidos pelo programa em Santa Catarina, abrangendo 85% dos municípios. Para atender os produtores rurais, a ATeG conta com 120 técnicos de campo (88 homens e 32 mulheres). Desses, 67 são médicos veterinários; 37 engenheiros agrônomos; 11 zootecnistas; dois engenheiros de aquicultura; dois técnicos apícolas e um engenheiro ambiental, sendo que 64 são graduados, 37 especialistas, 15 mestres, dois técnicos e dois doutores.

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