Analisamos os prós e contras das diferentes alternativas existentes conversando com técnicos de manutenção dos equipamentos e agricultores que instalaram em suas fazendas as diferentes opções

A ordenha é uma das tarefas diárias essenciais em uma fazenda leiteira. Com diferentes opções disponíveis no mercado, a escolha de um ou outro sistema vai condicionar o manejo do gado, turnos de trabalho ou mesmo a alimentação das vacas.

Por isso, a escolha da ordenhadeira é uma das decisões mais importantes na hora de iniciar uma fazenda ou reformar uma já existente. “Antes de decidir por um sistema ou outro, é preciso analisar uma série de condições: tipo de fazenda, disponibilidade de mão de obra, número de vacas para ordenhar, perspectivas de crescimento, etc.”, recomenda Andrés Mejuto, presidente da Associação Galega de Técnicos de Equipamentos de Ordenha (AGATEM).

Você tem que levar em conta o tipo de vaca na fazenda e a pessoa que vai ordenhá-la

“É preciso analisar a máquina, o animal e o agricultor, ou seja, o que a vaca dá, as instalações que você tem e a pessoa que vai ordenhar. Dependendo de tudo isso é quando você tem que optar por uma ordenhadeira ou outra, mas muitas vezes nada disso é levado em conta”, diz.

Estábulos de construção nova ou remodelação

Outro dos aspectos decisórios tem a ver com a facilidade de instalação, tendo em conta neste sentido se é um celeiro recém-construído ou se é necessário fazer obras de adaptação para a mudança de um sistema de ordenha para outro numa exploração existente.

“Colocar robôs muitas vezes obriga a subtrair lugares e perder alguns cubículos, mas normalmente é muito mais fácil passar de uma sala para um robô do que mudar ou aumentar a sala”, diz Andrés, porque “você tem que continuar ordenhando todos os dias durante o tempo que duram as obras e mudar a sala pode levar um mês tranquilamente se você montar uma pequena grande”. Indica.

É muito mais fácil passar de uma sala para um robô do que substituir uma sala por outra no mesmo lugar

Portanto, diz ele, se em uma fazenda a sala continua funcionando enquanto os robôs são colocados, não é tanto um problema quanto trocar um cômodo por outro no mesmo lugar. “Muitas vezes se torna um grande problema, é algo que você tem que pensar muito, porque você tem que ordenhar todos os dias 2 ou 3 vezes em uma sala que vai estar em construção e as vacas ficam estressadas porque você acaba variando seus horários para aproveitar mais tempo para trabalhar.”

Para evitar esse tipo de transtorno, explica, há fazendas que optam por construir a nova sala de ordenha do zero em outro local ou em um prédio separado, para continuar mantendo o antigo salão em funcionamento durante esse período. Esta opção é recomendada, sempre que possível, especialmente nos casos em que a capacidade da sala vai ser muito aumentada, mas há um espaço pequeno ou uma sala de espera de dimensões escassas.

Número de cabeças estabilizadas ou aumentando

Um dos trade-offs que deve influenciar a escolha do sistema de ordenha é o tamanho futuro da exploração a médio e longo prazo. “Se o gado estiver estabilizado, ele vai escolher uma máquina de acordo com o número de cabeças que tem, mas se eles planejam crescer tem que levar em conta como vai fazer porque o robô, nesse sentido, te obriga a fazer 50 em 50 vacas e muitas vezes com a criação da própria fazenda não chega. A sala dá mais flexibilidade nesse sentido”, diz Andrés.

Isso influencia no tamanho da exploração presente e futura, porque se você quer crescer, dependendo do sistema de ordenha que você escolher, você tem que pensar em como fazê-lo.

Mas mesmo no caso de instalar uma sala, as decisões de crescimento futuro devem ser levadas em conta. “A sala deve ser dimensionada, não só no número de pontos a serem instalados, mas também na capacidade das infraestruturas de condução de leite ou na ligação elétrica”, exemplifica.

Se você pretende crescer, isso já pode ser planejado, diz ele. “O ideal quando um celeiro está evoluindo é colocar uma sala de ordenha de linha baixa, porque ela se adapta muito melhor, e deixar a cova já preparada. Nesse caso, só seria necessário aumentar a condução do leite e a bomba de vácuo de acordo com o número de novos pontos a serem instalados”, explica.

Diferentes tipos de salas de ordenha dependendo da produção por vaca

Dentro das salas de ordenha também existem vários tipos dependendo da colocação dos animais e, embora “seja uma questão de gosto ou do espaço disponível para escolher um ou outro”, Andrés recomenda ter em conta o número de ordenhas diárias que são realizadas e o nível produtivo do rebanho.

“Eu recomendaria a ordenha de retaguarda apenas para vacas de alta produção, acima de 40 litros por dia. Vacas com úberes cheios não têm escolha a não ser abrir as pernas, mas você é três ordenhas ou você tem vacas com pouca produção a vaca fecha as pernas e muitas vezes é difícil colocar a tampa do mamilo para trás. Na minha opinião, o quarto mais confortável para colocar e que dá menos problemas é um quarto em espinho, embora muitas vezes não seja possível devido a problemas de espaço e uma semi-traseira é montada”, detalha.

A sala da coluna vertebral tem o menor número de problemas; Eu só recomendaria um traseiro para vacas de alta produção, acima de 40 litros em 2 ordenhas

Independentemente do tipo de colocação, Andres sempre recomenda salas de linha baixa para vacas de alta produção. “A ordenha é mais rápida e o nível de vácuo mais baixo”, diz. Da mesma forma, acrescenta, “as salas com medição eletrônica, que são as que são colocadas hoje, são mais eficientes porque você pode variar os parâmetros e regular a pulsação dependendo da produção da vaca”.

Lotes de ordenha no salão e número de animais por robô

Na ordenha, quando o gado é distribuído por lotes de produção, é necessário um diâmetro maior para a saída para o tanque frio. “Se você juntar as vacas com muito leite, precisa de uma sala com diâmetros de condução mais fortes do que se o gado vier misturado”, explica Andrés.

No caso dos robôs, uma das chaves para evitar atrasos é calcular o número de animais por cabine com base em sua produção e na velocidade de ordenha do gado. “A vaca quando tem a sensação de que precisa ser ordenhada vai para o robô, mas se estiver ocupada ela vira e não reentra”, argumenta Andrés, que considera que os modelos de tráfego livre têm “menos complicação” do que os de tráfego direcionado.

Muitas vezes o problema do robô é que ele está ordenhando 65 ou 70 vacas

Com mais de um robô, a distribuição dos animais em lotes, como no caso da ordenha em sala, permite que sejam preparadas rações diferenciadas, mas, além disso, também é possível pontuar o concentrado individualmente de acordo com os litros de leite produzidos por cada vaca.

Trabalho

Embora a atual proliferação de robôs de ordenha seja em grande parte uma consequência direta da falta de mão de obra disponível no setor, Andrés diz que “um robô requer muito mais trabalho do que uma sala, porque você tem que estar 24 horas ciente disso”.

“Muitas vezes o problema do robô é que ele ordenha 65 ou 70 vacas. Se tiver uma carga baixa de animais haverá menos atrasos e pode esperar até de manhã para os colocar, mas se estiver saturado não”, esclarece.

O robô precisa ser um agricultor muito profissional e mão de obra também é necessária para atendê-lo

Quanto aos problemas celulares, diz, “há os mesmos problemas no robô que na sala”. “Uma parte do problema pode ser a máquina, pois ela age 2 ou 3 vezes ao dia no úbere e se não estiver bem calibrada ou não funcionar corretamente pode causar danos, mas outra parte do problema geralmente vem da cama, manuseio ou alimentação”, argumenta.

Robô vs quarto: custo de um litro de leite

Em sua opinião, em uma fazenda de 170 vacas em produção, o debate entre montar uma sala ou montar três robôs deveria ser esclarecido em termos econômicos, e não em termos de mão de obra. “É preciso pensar em quanto vai custar o litro de leite e hoje pode haver entre 4 e 5 centavos de diferença a favor do quarto, porque o robô aumenta o consumo de luz e ração e aumenta os custos de manutenção”, diz.

O robô te limita mais, porque te obriga a crescer de 50 por 50 animais

“É verdade que as vacas do robô aumentam a produção, mas elas fazem isso aumentando o consumo de ração e nunca foi lucrativo produzir litros de leite com base em ração”, diz.

Quanto às salas de ordenha, insiste que “devem ser dimensionadas de acordo com as necessidades da exploração”. “A ordenha tem que ser feita rapidamente, senão as pessoas que estão operando ficam cansadas e perdem a concentração. A ordenha é um trabalho delicado que exige fazê-lo bem, mas se você gastar muitas horas o que você quer no final é terminar, mesmo que seja de alguma forma. O máximo recomendado seria de duas horas mais o tempo de lavagem”, diz.

Quando optar por uma prensa?

Embora cada vez mais robôs de ordenha sejam instalados em fazendas com maior volume de produção, “celeiros muito grandes escapam dos robôs”, diz Andrés, que também não recomenda salas rotativas para pequenas propriedades.

Para não ter que reduzir a velocidade de rotação deve haver pelo menos 3 pessoas ordenhando

“Há prensas pequenas, de 24 ou 32 pontos, mas também há 60, mas para rentabilizar uma sala rotativa quanto mais vacas leiteiras melhor, mas sempre a partir de 100 vacas em produção”, diz. Entre outros motivos, porque “numa prensa exterior é preciso ter pelo menos 3 pessoas a trabalhar: uma a preparar úberes, outra a colocar mamilos e outra a aplicar selante e a resolver os problemas que possam surgir”, diz. “Se há falta de mão de obra, é preciso atrasar a velocidade de rotação, mas assim um rotativo não é mais eficiente”, diz.

O mesmo acontece em uma sala convencional: “em uma sala de 24 pontos você pode ordenhar com 2 pessoas ou com 1 sozinho, mas não é lucrativo, porque pode envolver ter a sala funcionando em vazio metade do tempo e a sala se desgasta tanto trabalhando sem vacas quanto com elas, são horas de funcionamento igual”. Insiste. “É preciso equilibrar o número de operadores com os pontos a atender para não ter as vacas por muito tempo na sala, porque é um lugar onde elas não ficam confortáveis”, lembra.

Vida útil das instalações

“Todas as ordenhadeiras, sejam elas quais forem, sempre quebram quando estão funcionando”, diz. Portanto, independentemente do sistema de ordenha que você tenha, é necessário realizar uma manutenção adequada das instalações, maquinário e elementos de reposição, como forros de borracha.

Avarias nas ordenhadeiras sempre ocorrem durante a ordenha

“Depende do agricultor, do quão minucioso ele é e da manutenção que é feita na instalação, mas a vida útil de uma sala pode ultrapassar 30 anos funcionando perfeitamente. As salas geralmente ficam defasadas porque as vacas aumentaram muito a produção e os tubos de leite não têm o diâmetro ideal e isso pode causar muitos problemas celulares”, explica.

Esse aspecto também deve ser levado em conta antes de expandir a sala. “Se você aumentar para os pontos, você tem que levar em conta a produção média atual por vaca e dia, o número de operadores que normalmente estão na ordenha da cova ao mesmo tempo e o número de pontos que são contados para saber se os tubos que vão ser suficientes para aquele fluxo de leite que nós vamos enviar.” Recomendado.

Uma máquina com defeito não é uma máquina de ordenha, mas uma máquina de maltratar vacas.

Expandir uma sala, especialmente se já estava planejada, “é mais barato do que comprar outro robô”, diz ele. “O segundo robô é mais fácil de montar, mas às vezes se demorar muito tempo não é mais possível sem mudar todo o sistema, porque os novos modelos podem não ser compatíveis com os mais antigos, a menos que você instale um de segunda mão como o que você já tem”, diz ele. Quanto à vida útil de um robô, ele diz: “normalmente, quando você acaba de pagar por ele, ele também está acabado”.

Por fim, sobre as salas rotativas, diz, “são máquinas caras e complexas porque carregam muitos automatismos”. Em caso de falha no sistema de rodízio, geralmente há problemas na soltura do gado. “Se você fica preso, que você não consegue tirar as vacas, é uma bagunça, porque você tem que ter esses animais sem comer, beber ou ordenhar até que o técnico venha e conserte, e pode levar algumas horas”, descreve.

“A imprensa obriga a andar mais rápido”

Sala de ordeño rotativa de Ganadería Barbeiro en su establo de Arante (Ribadeo)

Sala de ordenha rotativa de Ganadería Barbeiro em seu estábulo em Arante (Ribadeo)

A Ganadería Barbeiro tem dois sistemas de ordenha diferentes em seus estábulos: sala paralela em Alfoz e sala rotativa interna em Ribadeo. Em ambos os casos são instalações de 20 pontos em que um único operador ordenha, por isso é possível comparar a eficiência dos dois sistemas.

“Em um rebanho homogêneo, em que não há atrasos, o rotativo é um pouco mais rápido. A imprensa obriga a tirar mais vacas, há uma diferença de cerca de 10 animais por hora”, explica Juanjo Fraga.

Em Alfoz estão actualmente a ordenhar cerca de 250 vacas a uma taxa entre 85 e 90 vacas por hora, enquanto em Ribadeo ordenham 210 a uma taxa entre 90 e 95 vacas por hora, detalha.

O paralelo sempre vai no seu ritmo; Na imprensa você tem que ir no ritmo dele para não atrasar

“O rotativo é muito prático, mas você tem que estar mais atento, porque você tem que atender vários pontos simultaneamente, enquanto no paralelo o sistema é mais mecânico porque você trabalha em bloco, ou seja, 10 vacas entram juntas, você faz o pré-mergulho às 10, coloca os mamilos às 10 e uma vez retirado faz a vedação às 10. O paralelo sempre vai no seu ritmo, na imprensa você tem que ir no ritmo dele e se você não fizer você atrasa e no final o que você faz é diminuir o desempenho para a sala”, raciocina.

“Um operador com 20 pontos tem que andar rápido em qualquer um dos dois para que não haja atrasos, no paralelo o ideal seria 16 pontos para um operador”, reconhece.

Três ordenhas

Sala de ordeño paralela de 20 puntos de Ganadería Barbeiro en su establo de Lagoa (Alfoz)

Sala de ordenha paralela de 20 pontos da Ganadería Barbeiro no seu estábulo em Lagoa (Alfoz)

Em ambos os casos, tanto em Alfoz como em Ribadeo, estão a fazer três ordenhas diárias às 7 da manhã, às 3 da tarde e às 10 da noite com dois turnos de trabalho de duas pessoas por turno: um para ordenha e outro para apoio para colocar vacas e fazer camas. “Com 4 pessoas organizamos a ordenha nas duas fazendas mas sempre temos mais 4 pessoas de reforço para que haja sempre um mínimo de 2 pessoas por turno caso haja algum incidente”, diz.

A intenção de Juanjo é ampliar a curto prazo a capacidade dos dois estábulos para se aproximar dos 500 animais em produção em cada um deles, dobrando a capacidade atual das instalações. “Contando a criação e a seca já estaríamos praticamente na capacidade máxima legal estabelecida para as propriedades leiteiras, 850 LU”, calcula.

Ao aumentar o número de vacas, queremos reduzir o tempo de inatividade e otimizar as salas sem fazer grandes investimentos em instalações de ordenha

Nessa altura, passarão para três turnos de trabalho de 8 horas e aumentarão o tempo de funcionamento das duas salas para 18 horas por dia. “Queremos reduzir o tempo de inatividade e otimizar os salões sem fazer grandes investimentos em instalações de ordenha, que no final das contas é a mais cara”, diz.

Nem robôs nem uma prensa ao ar livre

Juanjo não vê robôs viáveis para um tamanho de fazenda como o que ele terá. “Vejo o robô ordenhar 120 ou 180 vacas, mais do que isso. Para as mais 200 vacas que vamos ter em Alfoz teríamos de colocar mais 3 cabines de robôs, o que seria 300 mil euros. Com o espaço não temos que fazer esse investimento”, compara.

O robô não descarta isso no futuro, mas uma alternativa de robô tem que aparecer para esse volume de animais.

Quanto ao pessoal necessário, diz, “na sala atual de 20 pontos em 6 horas vamos conseguir ordenhar quase 500 vacas com uma única pessoa e não é possível servir essas vacas em robô com o dobro de pessoas”, considera.

Ele não descarta incorporar sistemas robóticos de ordenha no futuro, mas diz que “uma alternativa robótica tem que aparecer para esse volume de animais, porque na próxima primavera teremos 500 vacas em ordenha em Alfoz e teríamos que ter 10 robôs”, evidencia.

Não vejo uma sala rotativa ao ar livre como viável para uma fazenda de médio porte.

Também não vê viabilidade a instalação de uma prensa externa, pois multiplicaria as necessidades de pessoal. “Não vejo viabilidade para uma fazenda de médio porte porque são necessárias 3 pessoas para cuidar dela”, diz.

A Ganadería Barbeiro tem feito investimentos nos últimos anos para modernizar seus sistemas de ordenha. Em Ribadeo a sala rotativa original, de 2007, era uma Gascoigne, mas foi remodelada em 2019 mantendo apenas a estrutura e trocando toda a parte de ordenha para o sistema Afimilk. “Temos ele atualizado na parte eletrônica de medição e identificação”, explica Juanjo. No caso da sala paralela da Alfoz, da marca Fullwood, ela foi montada em 2013 e eles já atualizaram a identificação com um sistema mais moderno.

“Não consigo imaginar nossa fazenda hoje sem robôs”

Uno de los tres robots de ordeño que Lebón SC tiene en su establo, en Suñide (Samos)

Um dos três robôs de ordenha que a Lebón SC tem em seu estábulo, em Suñide (Samos)

A Lebón SC ordenha suas vacas por robô há quase 20 anos. Esta quinta em Samos foi uma das primeiras explorações na Galiza a incorporar o sistema robótico de ordenha. Manuel López tinha feito uma viagem à Holanda, onde tinha visto pela primeira vez os robôs, que ainda não eram vendidos em Espanha. Ele estava construindo naquele momento o novo estábulo e não mais montou sala.

Hoje, seu filho Marcos diz que não consegue conceber a exploração sem robôs. “Dada a falta de pessoal, não me vejo ordenhando em uma sala. Uma fazenda familiar como a nossa com 3 ordenhas seria inviável e com os robôs eu consigo médias de 3 ordenhas e uma produção por vaca entre 44 e 45 litros por dia. A média por lactação ultrapassou 14 mil litros em 000 no Controle de Laticínios”, detalha.

Atualmente, eles têm três Lely A5, depois de incorporar o último em janeiro passado. A ordenha robótica, diz Marcos, melhorou muito desde a primeira montagem do Lely A2, em 2004.

Essa evolução do sistema de ordenha acompanhou o crescimento desse rebanho. Em 2010 montaram o segundo robô, em 2018 trocaram os dois por um modelo mais moderno e há 5 meses instalaram o terceiro.

Não queremos ter mais de 55 a 60 vacas por robô, dependendo da época do ano

Marcos não se sente condicionado pela capacidade de crescimento do robô. No momento, está ordenhando 145 vacas distribuídas nas três unidades, mas sua intenção é aumentar gradualmente o número de vacas por cabine para 55-60 no máximo, dependendo da época do ano.

Horários flexíveis e qualidade de vida

Sobre os robôs, Marcos destaca “a flexibilidade de horários e a qualidade de vida que eles te dão”. “Não me vejo às 10 horas da noite num celeiro todos os dias do ano. Nós, exceto na campanha, em que as jornadas de trabalho são sempre alongadas, às 8 da tarde terminamos o trabalho. No dia seguinte começamos às 7 e meia para colocar atrasos, que geralmente são muito poucos, mas se um dia você for para 9 nada acontece também. A flexibilização do horário de trabalho é outra. Mas acho que os pecuaristas têm pouco valor em ter um cronograma”, diz.

O gado é atendido por 3 pessoas, mas ordenhando em uma sala três vezes ao dia a necessidade de pessoal seria muito maior para poder cobrir os diferentes turnos e as entregas, diz. “Nossa fazenda pode ser cuidada por uma pessoa só. Em uma sala que não seria possível. Temos um trabalhador e ele entende perfeitamente com robôs porque o trabalho é muito mais fácil”, diz.

Mesmo que eu te ligue uma vez por mês, eu prefiro isso do que ter que ordenhar 30 dias

É preciso estar atento aos avisos, mas diz que “raramente é preciso ir porque o robô para de ordenhar”. “Mesmo que eu te ligue uma vez por mês, prefiro isso a ter que ordenhar todos os 30 dias”, argumenta.

Marcos não concebe hoje sua exploração com a sala de ordenha. “Seria voltar”, acredita, embora respeite que outros agricultores apostem em outras opções. “Cada um tem de escolher o sistema que melhor se adapta a si ou no qual se sente mais confortável”, diz.

No entanto, ele considera imparável a robotização das fazendas leiteiras. “A demanda por robôs continua crescendo. Antes se dizia que os robôs eram para pequenas fazendas, mas agora também existem grandes fazendas com robôs. No centro de Espanha existem quintas de 6 e 8 robôs”, exemplifica.

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