O investimento girará em torno de R$ 30 milhões. A indústria ficará junto à Laticínios Languiru e deve ser concluída no próximo ano. “Aproveitaremos a infraestrutura existente. Já compramos uma nova caldeira para lá. Um investimento de cerca de R$ 10 milhões. Será uma tecnologia de ponta”, detalha.
O mercado de trabalho também será beneficiado com a nova indústria. Cerca de 50 funcionários serão contratados. “Serão necessários para completar a equipe. Serão grandes investimentos”, projeta.
Pauta recorrente há anos, Bayer explica a demora em razão de outras prioridades. “Precisávamos ampliar nosso frigorífico de aves e conseguimos. Além de precisarmos de retornos para podermos investir”, alcança.
De acordo com o presidente, o momento é adequado, principalmente, pela alta importação de leite em pó e a baixa oportunidade de produção de derivados. “Nós estaremos também atendendo a expectativa do produtor. Esperamos remunerá-los continuamente”, destaca.
A indústria também proporcionará alternativas em casos de incidentes. “Pensamos nas próximas safras. Queremos ter opções. A cada 9 ou 10 litros de leite você faz 1 kg de queijo. O soro concentrado é muito valorizado em qualquer período do ano e ele possibilita fazer outros produtos dentro da indústria. O leite absorve volumes mais significativos para podermos ter opções”, demonstra.
ANO DO LEITE
De acordo com Bayer, o leite, nos quatro meses passados, proporcionou ganhos importantes para a cadeia produtiva. Recentemente, no entanto, importações desestruturaram o setor. “No início do ano tivemos uma remuneração muito satisfatória aos nossos produtores. Isso nunca havia acontecido desde que estou na Cooperativa. Preços importantes e merecidos, pois os insumos também aumentaram. Agora, de uma hora para outra, essa expectativa positiva se anulou totalmente. Estamos experimentando, mais uma vez, o lado oposto. Nós vínhamos dizendo que achávamos que este ano seria o ano do leite. Tudo mudou rapidamente”, informa.
Para Bayer, a importação de leite em pó é a principal vilã da queda de preços. “Volumes estratosféricos de leite em pó que não precisariam entrar em nosso país. Vêm, principalmente, da Argentina e do Uruguai. É muita oferta, por isso o preço cai”, exemplifica.
Esse movimento não é algo exclusivo deste ano. “Acontece constantemente. De uma hora para outra acontecem essas importações desenfreadas e não necessárias e derrubam totalmente as expectativas do leite”, acentua.
O presidente frisa que a Cooperativa Languiru nunca importou leite. “Justamente para não prejudicar os nossos produtores. Isso vêm dos grandes players que atuam na atividade. Eles fazem disso uma grande opção de renda, evidentemente. É um sistema totalmente injusto”, alega.