O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, anunciou o início da Queijaria da cooperativa nos próximos dias.
languiru
Crédito: Pexels

O investimento girará em torno de R$ 30 milhões. A indústria ficará junto à Laticínios Languiru e deve ser concluída no próximo ano. “Aproveitaremos a infraestrutura existente. Já compramos uma nova caldeira para lá. Um investimento de cerca de R$ 10 milhões. Será uma tecnologia de ponta”, detalha.

O mercado de trabalho também será beneficiado com a nova indústria. Cerca de 50 funcionários serão contratados. “Serão necessários para completar a equipe. Serão grandes investimentos”, projeta.

Pauta recorrente há anos, Bayer explica a demora em razão de outras prioridades. “Precisávamos ampliar nosso frigorífico de aves e conseguimos. Além de precisarmos de retornos para podermos investir”, alcança.

De acordo com o presidente, o momento é adequado, principalmente, pela alta importação de leite em pó e a baixa oportunidade de produção de derivados. “Nós estaremos também atendendo a expectativa do produtor. Esperamos remunerá-los continuamente”, destaca.

A indústria também proporcionará alternativas em casos de incidentes. “Pensamos nas próximas safras. Queremos ter opções. A cada 9 ou 10 litros de leite você faz 1 kg de queijo. O soro concentrado é muito valorizado em qualquer período do ano e ele possibilita fazer outros produtos dentro da indústria. O leite absorve volumes mais significativos para podermos ter opções”, demonstra.

Luciana Brune 1
Crédito: Luciana Brune

ANO DO LEITE

De acordo com Bayer, o leite, nos quatro meses passados, proporcionou ganhos importantes para a cadeia produtiva. Recentemente, no entanto, importações desestruturaram o setor. “No início do ano tivemos uma remuneração muito satisfatória aos nossos produtores. Isso nunca havia acontecido desde que estou na Cooperativa. Preços importantes e merecidos, pois os insumos também aumentaram. Agora, de uma hora para outra, essa expectativa positiva se anulou totalmente. Estamos experimentando, mais uma vez, o lado oposto. Nós vínhamos dizendo que achávamos que este ano seria o ano do leite. Tudo mudou rapidamente”, informa.

Para Bayer, a importação de leite em pó é a principal vilã da queda de preços. “Volumes estratosféricos de leite em pó que não precisariam entrar em nosso país. Vêm, principalmente, da Argentina e do Uruguai. É muita oferta, por isso o preço cai”, exemplifica.

Esse movimento não é algo exclusivo deste ano. “Acontece constantemente. De uma hora para outra acontecem essas importações desenfreadas e não necessárias e derrubam totalmente as expectativas do leite”, acentua.

O presidente frisa que a Cooperativa Languiru nunca importou leite. “Justamente para não prejudicar os nossos produtores. Isso vêm dos grandes players que atuam na atividade. Eles fazem disso uma grande opção de renda, evidentemente. É um sistema totalmente injusto”, alega.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

Você pode estar interessado em

Notas
Relacionadas

Mais Lidos

Destaques

Súmate a

Siga-nos

ASSINE NOSSO NEWSLETTER