O queijo Precioso lembra o italiano grana padano e é feito por um casal de produtores em Londrina (PR) há pouco mais de dois anos

O queijo Precioso lembra o italiano grana padano e é feito por um casal de produtores em Londrina (PR) há pouco mais de dois anos

Muita gente nem teve a chance de provar o único queijo paranaense selecionado entre os 20 melhores do mundo em 2019, no Mundial do Queijo do Brasil, realizado em Minas Gerais. As 15 peças de cinco quilos cada do Precioso, um parmesão curado entre 10 e 12 meses no Rancho Seleção, a oito quilômetros do centro de Londrina, foram vendidas em questão de semanas. Todas produzidas com sobras de leite cru.

 

Maturado entre 10 e 12 meses, o precioso foi o único queijo paranaense entre os 20 que receberam a medalha Super Ouro no Primeiro Mundial do Queijo do Brasil, em Araxá-MG. Foto: Arquivo pessoal

A ideia de fazer um queijo de cura longa surgiu no início de 2017 para evitar um desperdício na produção do casal Valdeir e Marcia Martins. “A gente faz o queijo frescal há mais de 10 anos. Chega final de ano, vai todo mundo viajar e ele não tem saída aqui”, conta o produtor. Não custava nada experimentar um jeito de dar vazão ao leite das 95 vacas holandesas, jersey e mestiças criadas pelos Martins.

Depois de um contato com o campus de Londrina da Universidade Tecnológica Federal Do Paraná (UTFPR), os produtores receberam orientação de como dar início à produção. Elaboraram três receitas distintas em intervalos de três meses, cada uma com rendimento de 15 peças. “Como não sabíamos qual seria o resultado, fizemos uma fermentação diferente para não arriscar perder tudo de uma vez”, explica Valdeir.

O Precioso foi o primeiro a deixar as tábuas de madeira da sala de cura. Sua cor amarelo palha e aroma intenso, semelhantes ao icônico queijo italiano grana padano, davam pistas de que o teste havia funcionado. Na boca, o sabor picante e de final longo pôs fim a qualquer dúvida. “Ele estava com cristais de proteína, a tirosina, que dá uma sensação fantástica no paladar. Todo mundo insistiu para que a gente inscrevesse o queijo no concurso. Deu no que deu”.

O casal Valdeir e Márcia Martins em Araxá, Minas Gerais. Foi durante o concurso que seu queijo precioso recebeu medalha Super Ouro. Foto: Arquivo pessoal

Depois, chegou a vez de os produtores provarem o segundo queijo, batizado de Fabuloso. “Ele não forma tantos cristais quanto o precioso e é mais suave, mesmo com 12 meses de maturação”, avalia Valdeir. O produto ainda está à venda pelo mesmo valor de seu irmão – R$ 100 o quilo.

O terceiro parmesão está esperando para ser degustado. “A gente fez uma miscelânea de fermentos. É para ele ser mais adocicado e provavelmente mais macio, com algumas olhaduras”, conta o produtor, que deu o nome de Magnífico ao queijo. “Espero que seja mesmo”, diz Valdeir, rindo.

Sua produção mais recente é o Joia, um queijo maturado por 60 dias que levou medalha de bronze na quinta edição do concurso Queijo Brasil, realizado em setembro em Florianópolis (SC). Ao todo, 12 paranaenses foram premiados entre 711 inscritos.

Depois destas inaugurações premiadas, que começaram como um presságio de sucesso para os paranaenses, a produção dos queijos do Rancho Seleção será feita de forma programada. “A ideia é que na metade do ano que vem a gente já tenha o Precioso pronto para ser vendido todos os meses”.

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Queijos consagrados com a medalha Super Ouro no Mundial do Queijo do Brasil 2019 (Araxá, MG)

Laticínios Cruziliense – queijo Estrada Real (MG)
Queijo com Arte Fazenda Santa Luzia – queijo Tropeiro (SP)
Leiteria e Laticínios Pardinho Artesanal – queijo Mandala, 10 meses de maturação (SP)
Valdeir Martins – queijo Precioso do Rancho Seleção (Londrina, PR)
Cooperativa Agropecuária do Vale do Sapucaí – queijo parmesão Coopervass (MG)
Queijo Cana Velha – maturado com café (MG)
Helder Falcão Aragão Bumerangue – queijo Falcão Tríade (MG)
Leiteria e Laticínios Pardinho Artesanal – queijo Cuesta, 8 meses de maturação (SP)
Queijo com Arte Fazenda Santa Luzia – queijo Dionísio (SP)
Laticínio Sítio Água Fria – queijo azul, 70 dias de maturação (SP)
Queijo Datas – queijo Guzerá, 120 dias de maturação (MG)
Pomerode Alimentos, Raphael Augusto de Moura Soares – queijo camembert (SC)
Serra das Antas Na Morada – queijo tipo taleggio (MG)
Christophe e Zeide Queijos Artesanais – queijo Mimo da Serra (SP)
Reinaldo Padilha Pimenta – queijo do Rei (MG)
Lac Lélo – nata (SC)
Caseifício Sepertino – queijo BRA, 1 ano de maturação (Itália)
Kris Lloyd – queijo Ant Hill, 20 dias de maturação (Austrália)
Maison Lorho – queijo Comte reserve (Estrasburgo)
Maison Lorho – queijo Fougerus (Estrasburgo)”
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/queijo-paranaense-entre-20-melhores-do-mundo/
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Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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