Um queijo produzido no Estado conquistou duas medalhas durante um concurso internacional no País de Gales. A iguaria catarinense superou produtos de países tradicionais – como o queijo da França, da Espanha e até da Suíça.
A produção de queijos nunca foi o forte das cidades catarinenses, mas esse cenário tem mudado após as iguarias produzidas por uma empresa de laticínios de Pomerode ter conquistado premiações do mundo todo.
O primeiro a ser reconhecido foi um queijo semi duro, de casca lavada, com seis meses de maturação, e que leva o nome de Vale do Testo – uma homenagem à região onde a queijaria está localizada. A iguaria recebeu a medalha de ouro no World Cheese Awards 2021 e agora, em 2022, passa a vez para o queijo Morro Azul.
A premiação é considerada uma das maiores de queijos do mundo e a edição deste ano ocorreu no dia 3 de novembro, premiando com a medalha Super Ouro mais um queijo catarinense.
“- Uma das coisas que nos deixou muito felizes nessa premiação foi o fato de termos ganhado essas medalhas com queijos autorais, queijos criados aqui, que não existem similares na Europa. Queijos brasileiros mesmo. Então a gente está muito interessado em dar sequência nisso e continuar criando produtos daqui, da nossa terra” – conta o empresário Juliano Mendes.
Toda a produção é feita de forma artesanal e com produtos regionais. Até o queijo ficar produto, são diversas etapas, como o tratamento e a pasteurização do leite, que é enforme em recipientes cilíndricos para que depois ocorra a salga. Depois disso, chega o momento do produto descansar por 10 dias, até que o mofo branco tome conta.
Por ser um queijo extremamente cremoso, ele é considerado da família dos semi macios. Desse modo, foi necessário adicionar uma cinta de carvalho nas laterais, para que a iguaria pudesse se manter na forma. O consumo do queijo é indicado após deixá-lo duas horas em temperatura ambiente. Aí é só retirar a parte de cima com cuidado e aproveitar o melhor do produto catarinense.
Além do queijo Morro Azul, feito com leite de vaca e mofo branco, outros dois queijos produzidos pela Pomerode Alimentos receberam medalhas – o Vale do Testo e o Brebis de Pomerode – feito com leite de ovelha – levaram as medalhas de prata.
Com as novas medalhas, a empresa do Vale do Itajaí, que só tem cinco anos de existência, já conquistou três premiações internacionais, mostrando o potencial dos queijos produzidos em Santa Catarina.
“- É questão de ter vontade de fazer um produto especial. A gente não tem limitações técnicas, a gente não tem limitação de matéria-prima, a gente consegue ter um leite de qualidade, trazer as bactérias que fermentam o leite, as mesmas que eles usam na Europa, enfim, é só questão de criar uma receita que tenha um sabor especial e que esteja no mesmo nível, em pé de igualdade com esses queijos europeus” – completa Juliano Mendes.
Para 2023, o empresário conta que o desejo é mandar outros produtos e, quem sabe, conquistar títulos pelo terceiro ano consecutivo.
Santa Catarina e o restante do Brasil como destaques
Neste ano, o World Cheese Awards contou com 4.434 inscritos de 42 países e 900 empresas do mundo todo. Os queijos foram avaliados pelo aspecto – como a aparência da casca e a pasta, aroma, corpo e textura, além do sabor e sensação na boca.
Além do queijo catarinense, outros Estados brasileiros também participaram da premiação com 15 queijos. O Le Gruyère AOP, feito de leite não pasteurizado, recebeu a medalha de ouro e foi campeão pela quarta vez. Já o Lua Cheia, fabricado em Minas Gerais, fez companhia ao de Pomerode, também conquistando a medalha Super Ouro.
Para saber mais sobre o queijo catarinense premiado, aproveite e confira a matéria realizada pela equipe do SC no Ar.