A equipe norte-americana do RaboResearch emitiu um relatório atualizado com foco em como os segmentos de processamento e distribuição da cadeia de suprimentos de alimentos estão respondendo ao deslocamento da demanda, devido à crise do coronavírus.

A equipe norte-americana do RaboResearch emitiu um relatório atualizado com foco em como os segmentos de processamento e distribuição da cadeia de suprimentos de alimentos estão respondendo ao deslocamento da demanda, devido à crise do coronavírus.

A atualização discute os desafios enfrentados pelos processadores de alimentos para converter a produção de itens antes destinados a serviços de alimentação em itens de varejo, com o objetivo de garantir o fornecimento em supermercados e compensar as perdas decorrentes da menor atividade dos food service.

Em relação ao setor lácteo, o relatório diz que este caminha em um território desconhecido e espera-se que sofra três ondas de movimento do mercado nos próximos 12 meses, antes de chegar a um “novo” normal.

primeira onda é caracterizada por um aumento na demanda doméstica de laticínios, impulsionada pela compra de pânico durante o primeiro mês de mobilidade reduzida. Como tal, a demanda de varejo compensará uma parcela grande da demanda de food service.

segunda onda, disse o RaboResearch, vê uma demanda de varejo mais discreta e maiores desafios logísticos e financeiros. Espera-se que os consumidores retornem às lojas conforme a necessidade de preencher lacunas em suas despensas e geladeiras, em vez de grandes ocasiões de compras.

O impacto prolongado da queda nas vendas em serviços de alimentação, o pico sazonal na produção de leite do hemisfério norte e uma desaceleração significativa no comércio global contribuirão para o aumento de estoques em relação ao ano anterior, pressionando os preços das commodities lácteas e, consequentemente, os preços do leite na fazenda.

Além disso, espera-se que a capacidade de processamento, a disponibilidade de armazenamento e os termos de crédito (liquidez) atinjam o máximo, se não houver assistência do governo.

terceira onda — que é de longo prazo — inclui uma provável recessão global e perda generalizada de renda e poupança, entre outros fatores, que pode manter os preços dos produtos lácteos e os preços do leite ao produtor sob pressão até 2021.

Os produtos lácteos fazem parte dos programas de alimentação assistidos pelo governo, observa o relatório, acrescentando que uma recessão profunda pode resultar em maior demanda de produtos lácteos, à medida que mais pessoas atendem aos requisitos de elegibilidade econômica dos programas.

No nível da fazenda, o relatório afirma que os produtores de leite podem enfrentar potencial diminuição na distribuição de insumos e outros produtos veterinários devido a problemas na China, fabricador significativo destes itens. A qualidade e a quantidade de alimentos para os animais também podem ser afetadas, o que pode levar a um menor crescimento da produção de leite e maiores custos de produção.

O Rabobank revisou suas previsões, a fim de refletir o impacto econômico, e alguns preços fecharam em até 30% inferiores aos previsto anteriormente ao Covid-19.

Em termos de comércio, a análise do Rabobank prevê que o comércio de produtos lácteos essenciais como leite em pó desnatado, leite em pó integral e queijo pode cair 11%, 13% e 5% em 2020, respectivamente, em relação a 2019.

Lideradas por uma forte contração na China, prevê-se que as importações de leite em pó desnatado e integral do País caiam 28% em 2020. O segundo maior declínio nas importações de laticínios é esperado na região MENA (Oriente Médio e Norte da África).

Estima-se que as importações de leite em pó desnatado e integral do sudeste da Ásia recuem quase 8% no mesmo período, à medida que o crescimento econômico mais lento e as moedas mais fracas reduzem a acessibilidade. E na América Latina, prevê-se que as importações caiam 20% em um ano.

A partir de segunda-feira, 18 de novembro, agricultores se mobilizam contra o acordo de livre-comércio entre a Europa e cinco países da América Latina, rejeitado pela França. François-Xavier Huard, CEO da Federação Nacional da Indústria de Laticínios (FNIL), explica a Capital as razões pelas quais o projeto enfrenta obstáculos.

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